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Bryan Cranston incrível como Dalton Trumbo. Foto: DivulgaçãoBryan Cranston incrível como Dalton Trumbo. Foto: Divulgação

Trumbo ou como Hollywood baniu os ‘commies’

(Londres, brpress) - Filme surpreende pela incrível interpretação de Bryan Cranston (Breaking Bad) de roteirista perseguido por comunismo. Por Juliana Resende.

(Londres, brpress) – Trumbo, mais um libelo político exibido no 59o. BFI London Film Festival em premiere europeia, vale pela interpretação incrível do roteirista de Hollywood Dalton Trumbo, que o ator Bryan Cranston (Breaking Bad) consegue entregar. Porque a história em si, apesar de interessante por mostrar os tentáculos do Macartismo na indústria do cinema americano, já é um tanto conhecida. Tumbo deu a Bryan Cranston as indicações de Melhor Ator ao Oscar (28/02), ao BAFTA (14/02) e ao Screen Actors Guild Awards 2016, o SAG Awards (30/01), prêmio do Sindicato dos Atores dos Estados Unidos. O SAG Awards é considerado o principal termômetro para o Oscar nas categorias de atuação. Cranston  também foi indicado ao Globo de Ouro de Melhor Ator de Drama. Realmente, ele dá um show.

Outra que rouba a cena como a influente (e venenosa) colunista de fofocas de Hollywood Hedda Hopper é Helen Mirren, também indicada ao Globo de Outro de Melhor Atriz Coadjuvante e único nome a concorrer em duas categorias diferentes com filmes idem ao SAG: Melhor Atriz, por A Dama Dourada, e Melhor Atriz Coadjuvante, por Trumbo (campeão de indicações ao SAG, incluindo Melhor Elenco).

Trumbo proporciona uma experiência poderosa à plateia sobre o sacrifício feito pelos profissionais de Hollywood considerados comunistas e banidos da indústria. Houve uma imensa pressão dos órgãos do governo americano imposta em Hollywood para que ideias comunistas não fossem disseminadas nas salas escuras pelos EUA, por mais ridículo que isso possa parecer.

John Goodman, que interpreta o truculento chefão de um estúdio responsável por filmes pra la de B que acaba salvando Trumbo da falência depois da prisão por subversão, acredita que essa patrulha ainda existe em Hollywood. “Posso sentir isso desde os anos 70, quando comecei”, declarou, deixando os jornalistas presentes na coletiva de imprensa intrigados.

Patrulha e chapéus

Já Bryan Cranston pondera que preferência política deixou de incomodar a indústria americana: “O que influi é o comportamento de certos profissionais. Mel Gibson é um exemplo. Ha alguns profissionais com quem pouca gente quer trabalhar por questões éticas e morais. Mas fora isso, não consigo identificar perseguições ideológicas na Hollywood atual”.

Helen Mirren, que vive uma mulher poderosa  e influente, que trabalha com todas as suas forças, sua ironia e seu sensacional figurino (com destaque para os exuberantes chapéus que ela tanto adorou usar) para condenar ao ostracismo todo e qualquer nome em Hollywood do qual se possa suspeitar ser um “commie”. Trumbo mostra bem o dilema entre ideologia e dinheiro, princípios e sucesso, ascenção e queda desses profissionais. Dalton Trumbo cai e levanta, sempre fiado em seu genuíno talento e energia empreendedora. “Ele é movido a trabalho”, resume Cranston.

Mirren e todos os personagens do filme são um tanto caricatos. E talvez seja essa a maneira do diretor Jay Roach e do roteirista de mão cheia John McNamara de contar essa história pesada de forma bastante leve e divertida. Perguntada se Trumbo a fez questionar mais o teor ideológico dos filmes que faz e se os faria caso fossem contra seus princípios – sejam políticos sejam pessoais – Miss Miren mandou um sonoro sim. “Não faço nem faria”, sentencia a dama do cinema britânico,

Já Bryan Cranston não teve dúvida: “Faria, claro, se a grana fosse mesmo boa”. Mais Trumbo, impossível.

(Juliana Resende/brpress)

Assista ao trailer de Trumbo (em inglês):

Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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