Vampiros made in Coréia
(brpress) – Diretor de Old Boy mostra em novo filme tudo aquilo que não foi dito – nem feito – em Crepúsculo. Por Eliane Maciel.
(brpress) – Para a alegria dos apreciadores brasileiros do cineasta sul-coreano Park Chan-wooke – mentor da Trilogia da Vingança (Mr. Vingança, de 2002, Oldboy, de 2003, e Lady Vingança, de 2005), Sede de Sangue (Bakjwi, Coréia do Sul, 2009) estreia nesta sexta-feira (02/04), em circuito nacional.
Mas quem acha que já sabe o que lhe espera – muita pancadaria, sangue e dentes cuspidos – pode se frustrar. Não pela qualidade do filme, que merece cinco estrelas, sem sombra de dúvida. Mas por ter arriscado errado.
Presas e batina
Park Chan-wook surpreende em seu estilo (ou estilos, melhor dizendo), principalmente no caso de Sede de Sangue. A história já possui um roteiro inusitado: um padre que, num ato de altruísmo e fé na ciência, decide buscar a cura para uma grave doença e, assim, se submete a uma experiência médica que acaba o transformando em vampiro.
Além da premissa, Park mistura vários gêneros em sua direção. Além da usual sanguinolência, ele adiciona muita comédia de humor negro, suspense, drama e ainda uma história de amor.
Não é Crepúsculo
Além da história de amor, Sede de Sangue não se compara em nada com as histórias água-com-açúcar que já estamos tão mal-acostumados a ver nos cinemas ultimamente.
O filme provoca uma inconstância entre risos, sustos, mortes e violência. Tudo isso regado a um drama aniquilador. É uma confusão de sentimentos que não prejudica o julgamento da produção. Muito pelo contrário.
Signos
A simbologia que Park usa no decorrer do longa é outro atrativo. Tudo está embutido, por exemplo, na navalha que dilacera uma garganta, na hóstia, na flauta, nos dedos dos pés dos personagens Sang-hyeon e Tae-joo.
Para tudo há um significado adiante. E é exatamente este o maior mistério para quem se dispuser a enfrentar o pouco mais de duas horas do filme. É pagar para ver.
(Eliane Maciel/Especial para brpress)