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Ben Stiller e Adam Driver em cena de Enquanto Somos Jovens: brodagem hipster. Foto: DivulgaçãoBen Stiller e Adam Driver em cena de Enquanto Somos Jovens: brodagem hipster. Foto: Divulgação

‘Xuventude’ transviada

(brpress) - Enquanto Somos Jovens explora influência de ‘xóvem’ casal hipster sobre casal careta de ‘velhotes’. Por Juliana Resende.

(brpress) – Meu amigo Vitor gosta de falar ‘xóvem’ enquanto lembra que já passamos dessa fase. Ele é meio hipster, é verdade. E já me falaram que eu também pareço hipster. Vitor é um debochado. E eu nada tenho de hipster. O mesmo se aplica a Josh e Cornelia. Eles são quarentões, caretas (ex-loucos, os piores), seres que viveram dos anos 80 e sobreviveram. São sobreviventes também no filme Enquanto Somos Jovens (While We’re Young, EUA, 2014), que estreia agora no Brasil.

    O casal em questão sobrevive na base do tédio. De casa pro trabalho; do trabalho pra jantarzinho na casa de outro casal careta de 40 que discursa sobre as maravilhas da paternidade. Josh (Ben Stiller) e Cornelia (Naomi Watts) não têm filhos. Isso (ainda) os torna peixes-fora-d’água e discriminados entre os amigos da sua idade. Uma chatura. Até que eles  trombam com um casal 20 anos mais ‘xóvem’: Jamie (Adam Driver, uma espécie de Ashton Kutcher mal diagramado, ótimo) e Darby (Amanda Seyfried).

Botando os bofes para fora

    É o que chamamos de unir o útil ao agradável. Ambos os casais são ligados ao cinema (menos Darby, que faz sorvete) e começam a colaborar num documentário. A vida dos ‘velhotes’ bem comportados, cada vez mais enredada na dos ‘xóvens’ descolados, adquire um colorido que há muito não se via. E sentia. Ou melhor: via-se e sentia-se quando eles eram ‘xóvens’.

    Essa saudável regressão de Josh e Cornelia na onda de Jamie e Darby é ilustrada por situações hiariantes, desde uma inocente e desconjuntada aula de hip-hop a uma viagem pesada de Daime, com direito a muito vômito. Ah! E tem a cena em que Ben Stiller sai patinando feito louco pelas ruas de Nova York. Bem cool. No mais, o filme segue caricato e morno.

    A trilha sonora do filme do diretor hipster Noah Baumbach (diretor de A Lula e a Baleia e roteirista de A Vida Marinha com Steve Zissou, com o hispter Seu Jorge) é ótima e quase vale o ingresso do filme. Tem clássicos dos anos 80 (é só o que a dupla de ‘xóvens” ouve – em vinil, é claro), como Eye of the Tiger, do (adivinhe!) Survivor e até George Benson (quem imaginaria que hipsters curtiriam GB?).

    Para uma comédia de costumes transgeracional, Enquanto Somos Jovens até que pega leve. Isso porque Noah Baumbach não aprofunda em questões como frustrações, sucesso, inadequação proveniente do avanço inexoravél da idade e a abissal falta de aptidão (e apetite) para novas tecnologias na mesma medida de uma imensa preguiça dos ‘velhotes’ – e sobre como isso os deixa em desvantagem para a vida profissional e pessoal em comparação aos ‘xóvens’. Apenas tateia.

    Esse embate light de gerações deu certo nos Estados Unidos, onde Enquanto Somos Jovens estreou em março: fez a melhor média do ano por sala em seu final de semana de estreia, arrecadando US$ 60 mil por sala. Hipster pacas!

(Juliana Resende/brpress)

Assista ao trailer de Enquanto Somos Jovens:

Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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