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Lily Collins: ser filha do cantor Phil Collins foi vital para sua estrela brilhar. DivulgaçãoLily Collins: ser filha do cantor Phil Collins foi vital para sua estrela brilhar. Divulgação

Lily Collins: a nova princesa de Hollywood

(brpress) - história de Lily Collins parece um conto de fadas, assim como seu novo filme, Espelho, Espelho Meu, uma releitura pop da clássica personagem Branca de Neve. Por Leonardo Vinicius Jorge.

(brpress) – Era uma vez uma garotinha que vivia numa casa tão grande que parecia um castelo. Ela era filha de um rei (do rock) e sua beleza era tamanha que as portas de outros reinos se escancararam para que ela entrasse. A princesa escolheu a terra de fantasias conhecida como Hollywood e, em seu quarto passo, já era invejada por uma rainha que já teve mais poderes, chamada Julia Roberts. A história de Lily Collins parece um conto de fadas, assim como seu novo filme, Espelho, Espelho Meu, uma releitura pop da clássica personagem Branca de Neve.

Lily Jane Collins tinha apenas 23 anos e três filmes em seu currículo quando foi chamada pelo diretor indiano Tarsem Singh (Imortais) para protagonizar um blockbuster de mais de US$ 100 milhões de dólares – um sonho que alguns atores veteranos levam anos para materializar. É claro que ela também não era uma garota qualquer e ser filha do cantor Phil Collins foi vital para sua estreia acontecer, sob a vigília da estrela Sandra Bullock, em Um Sonho Possível (2009). Pouco depois, Lily emendou dois filmes de ação, Padre e Sem Saída (ambos de 2011), e o anonimato foi de vez para o espaço.

Nevando fama

Com Espelho, Espelho Meu, a garota sobe mais um degrau na carreira e torna-se a nova princesa de Holywood. Neste caso, literalmente, no papel da Branca de Neve. E ela sabe disto. “Este filme mudou a minha vida”, comentou uma Lily extremamente empolgada durante o tapete vermelho da première.

Apesar de crescer com um pai superstar, a atriz ainda tenta se acostumar com a fama. Poucos dias antes de Espelho, Espelho Meu estrear nos Estados Unidos, ela estava numa lanchonete em Los Angeles quando uma das atendentes, toda feliz, disse: “Ei, você está bem aqui atrás de nós”. Lily foi checar e viu o enorme banner que cobria um prédio inteiro com as imagens dela e de Julia Roberts lado a lado. “Eu simplesmente gritei!”, conta.

Jornalismo

Sua carreira como atriz, na verdade, começou bem cedo, aos 3 anos de idade, participando da série Growing Pains, do canal britânico BBC. Após o divórcio dos pais, ela morou em diferentes lugares, ora na Inglaterra, ora nos EUA, e cresceu investindo timidamente em cursos teatrais. Porém, ao chegar à adolescência, resolveu cursar jornalismo e ingressou na Universidade do Sul da Califórnia (USC). Lily sentiu que tinha tino para a coisa e conquistou importantes espaços em diversas publicações, a ponto de virar correspondente do canal televisivo americano Nickelodeon.

“Eu cobri a posse do presidente Obama, foi muito emocionante”, comemorou, em entrevista para a imprensa americana. “Minha melhor entrevista foi com Elton John”, revela. “Deveria durar apenas alguns minutos, mas passou de meia hora porque estávamos nos divertindo muito.”

A experiência nas redações mostrou-se uma preparação para ela própria enfrentar milhares de entrevistas coletivas intimidantes e repórteres em busca de alguma declaração mais polêmica. “Hoje eu sei quantos chefes vocês têm e sei que é trabalho de vocês fazer as perguntas difíceis”, disse, arrancando risos dos jornalistas. “Mas também é muito estranho agora que estou do outro lado”.

Lily passou para o outro lado porque, ao mesmo tempo em que estudava na USC, arriscava-se em testes em busca de algum papel relevante. A oportunidade veio com Um Sonho Possível. A garota até tentou conciliar as duas tarefas – enquanto não estava filmando ao lado de Sandra Bullock, aproveitava para escrever artigos e ter aulas via Skype –, mas a pausa no curso mostrou-se inevitável. Inocentemente, ela ainda diz que pretende retornar aos estudos em breve, sem se dar conta de que a estudante de jornalismo já é uma estrela de cinema.

Olhos de Audrey

Tudo mudou ainda mais radicalmente quando ela encarou o teste para Espelho, Espelho Meu. “A menina entrou na audição e parecia que havia acabado de sair da cama. Ela parecia pura”, lembrou Singh, no tapete vermelho. Além da pele branca como a neve, o jeito virginal de uma princesa Disney e os olhos grandes como os de Audrey Hepburn (Bonequinha de Luxo), Lily tinha ainda uma arma secreta: “As sobrancelhas selaram o acordo”, brincou o diretor, comentando sobre os grossos supercílios da estrela.

O teste foi realizado no dia 31 de março de 2011 e no dia seguinte ela recebeu o telefonema com os parabéns. Na hora, a garota achou que era algum amigo fazendo piada do dia 1° de abril, até porque ela já havia tentado o papel para outra produção, Branca de Neve e o Caçador,  de Rupert Sanders, e acabou sendo recusada – sua amiga Kristen Stewart (Crepúsculo) levou a melhor.

Ensolarado X sombrio

Apesar de dividir a mesma personagem, Espelho, Espelho Meu e o filme com Kristen têm tons completamente diferentes: a obra dirigida por Singh investe no humor e na fantasia, enquanto o trabalho de Sanders é mais sombrio e realista, inclusive com clima de guerra. No entanto, os dois filmes também compartilham uma semelhança: as duas versões da Branca de Neve empunham espadas e vão à luta.

Ela não é uma princesa de contos de fada passiva”, avisa Lily. “O que adoro nesta Branca de Neve é que ela não é uma donzela em perigo, esperando para ser salva”. Tanto que em Espelho, Espelho Meu há uma inversão da fórmula clássica e é a princesa quem deve quebrar o encanto do príncipe, interpretado por Armie Hammer (A Rede Social).

Heroínas

As duas novas versões de Branca de Neve se encaixam numa recente tendência cinematográfica de colocar personagens femininas no centro da trama, como na Saga Crepúsculo e no novo fenômeno dos cinemas (e das livrarias), Jogos Vorazes. Lily, no entanto, é rápida em avisar que a sua princesa não é exatamente uma porta-bandeira da causa feminista. “O filme apenas mostra às meninas que é possível empunhar uma espada e, ao mesmo tempo, usar espartilhos e vestidos de baile”, diz, rindo.

Até porque as meninas e mulheres provavelmente não irão conseguir desgrudar os olhos dos modelos utilizados por ela e Julia Roberts. “Os vestidos são coisas de outro mundo. Era como se eu estivesse usando obras de arte”, define Lily, empolgada, referindo-se ao figurino da recém-falecida estilista Eiko Ishioka, vencedora do Oscar por Drácula de Bram Stoker (1992). Ao mesmo tempo, Lily lembrou que ser princesa também tem seus sacrifícios. “Após quatro meses de espartilhos, prometi a mim mesma que nunca mais iria reclamar de saltos altos novamente”.

Graça e bom humor

Essa alternância entre graciosidade e humor foi justamente um dos pontos fortes que conquistou os produtores e que se encaixava diretamente ao tom imaginado para o filme. “É difícil não amá-la”, derreteu-se Bernie Goldmann, um dos homens por trás dos bastidores da produção. Goldmann disse, no tapete vermelho, que Lily compreendeu completamente a proposta do longa e citou como exemplo um caso no qual a atriz bateu o pé até convencer Singh de que Branca de Neve não deveria dizer a palavra “maldição”, como estava previsto no roteiro. “Ela entendeu o que procurávamos em nosso filme”, comemorou o produtor.

O comportamento impulsivo e sincero, na verdade, é uma marca da garota. Em 2010, durante a festa do Oscar, ela foi até Lee Daniels (diretor de Preciosa – Uma História de Esperança), simplesmente apresentou-se e disse que pretendia trabalhar com ele. E, enquanto era correspondente da Nickelodeon, peitava os produtores, sugerindo um monte de ideias para deixar os programas com cara mais jovem.

É claro que toda essa petulância evapora-se rapidamente quando ela fica ao lado de vencedoras do Oscar como Julia Roberts, Sandra Bullock e Jennifer Connelly e com a quatro vezes indicada ao prêmio Julianne Moore (com quem atuou no ainda inédito The English Teacher). “Estive em cena com pessoas que cresci admirando”, rememora Lily, “e tudo o que fazia era dar risada porque eu estava tão feliz!”.

Conto de fadas

Singh verificou essa tietagem de perto durante as gravações de Espelho, Espelho Meu. “Lily parecia uma esponja, perto de Julia (Roberts). Eu gritava ‘corta’ e seus olhos se abriam três centímetros mais, apenas observando-a”, disse, como se os olhos da garota pudessem realmente ficar maiores do que já são. Mas a própria atriz faz questão de enfatizar sua postura de fã ao revelar que, durante as filmagens, houve uma cena na qual a estrela agarrava seu cabelo – alguns tufos acidentalmente foram arrancados. Julia, é claro, desculpou-se, mas Lily garante que a cortesia era completamente desnecessária. “Para mim, é uma honra absoluta só de ela tocar em meu cabelo”.

Ao protagonizar um filme com 22 anos – a mesma idade que tinha Julia Roberts quando surgiu para o mundo com Uma Linda Mulher (aliás, um conto de fadas moderno), Lily parece não ter se dado conta de que Espelho, Espelho Meu, na verdade, pode ter servido como uma nova coroação. Principalmente se for confirmada sua participação em The Mortal Instruments, adaptação de série de livros com potencial para tornar-se uma uma nova franquia ao lado de Harry Potter, Crepúsculo e Jogos Vorazes.

(Leonardo Vinicius Jorge, do Pipoca Moderna/Especial para brpress)

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