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Uma das images da nostra no MIS-SP: Frida Kahlo pinta seu pai. Foto: Gisèle Freund/DivulgaçãoUma das images da nostra no MIS-SP: Frida Kahlo pinta seu pai. Foto: Gisèle Freund/Divulgação

Frida Kahlo: as tais fotografias

(São Paulo, brpress) - Universo da artista mexicana é revivido por meio de imagens de sua coleção em duas mostras: Frida Kahlo - Suas Fotos, no MIS-SP, e Frida Kahlo - Suas Fotos / Olhares sobre o México, no Espaco Cultural Porto Seguro. Juliana Resende conversou com diretora do Museu Frida Kahlo.

(São Paulo, brpress) – Depois das pinturas no Instituto Tomie Ohtake, é a vez das fotografias.  O universo da artista mexicana é revivido por meio de imagens de sua coleção em duas mostras abrindo em São Paulo, neste sábado (03/09): Frida Kahlo – Suas Fotos, no Museu da Imagem e do Som – MIS-SP, e Frida Kahlo – Suas Fotos / Olhares sobre o México, no Espaco Cultural Porto Seguro. Em ambas, a mulher por trás e à frente da arte se revelam.

No MIS, entramos numa espécie de “câmara Kahlo” – um lugar mágico onde luz, sombra e cores se misturam num cenário que lembra a casa de uma bruxa – eloquente e triste ao mesmo tempo. A cenografia, aliás, enfeitiça mais o visitante do que as fotos em si. São 241 imagens selecionadas de uma coleção de 6.500 fotos que só vieram a ser conhecidas publicamente em 2007, e são administradas pelo Museu Frida Kahlo, cuja diretora Hilda Trujilo veio ao Brasil, e conversou com jornalistas.

“As fotos são feitas pela própria Frida, por seu marido, o também artista Diego Rivera, seu pai – o alemão Carl Wilhelm Kahlo que foi quem mais alimentou a paixão de Frida pelas imagens, pois ele era fotógrafo e também pintava –, além de outros artistas que influenciaram Frida, como Man Ray e Pierre Verger”, explica Trujilo. “O que procuramos mostrar com esta curadoria é a afirmação do nacionalismo e da identidade mexicana, indígena, no trabalho de Frida e sua visão de mundo”. 

Livre, nem tão leve e solta

Uma mulher forte e excêntrica sim, mas alguém preocupado com sua liberdade acima de tudo. “Frida era livre, inclusive sexualmente, para os padrões da época”, afirma Trujilo. “Amava Diego mas tinha vários amantes, homens e mulheres”. Esse espírito libertário e desafiador de Frida Kahlo explica, na opinião de Trujilo, a influência e fascinação exercidas por sua obra e sua personalidade em artistas contemporâneos. 

A diretora do Museu Frida Kahlo cita a música Viva La Vida, faixa-título de álbum do grupo inglês Coldplay, emprestada de um dos quadros da pintora mexicana. A banda americana Red Hot Chilli Peppers gravou uma música escrita por Anthony Kiedis cuja letra é dedicada à Frida. Madonna é outra grande fã da pintora, sempre enaltecendo a originalidade, a ousadia e o lado feminista da mexicana. 

Na moda, Kahlo inspirou coleções de Jean Paul Gaultier, Dolce & Gabana e até Christian Lacroix. O estilo “black magic woman” e folk de Frida ganhou uma capa da revista Vogue em 2012 – 60 anos após sua morte, aos 47 anos, de overdose de remédios. “Espero alegre minha partida. E espero não retornar nunca mais”, ela escreveu. Entre os patrocinadores destas mostras no Brasil, chama a atenção a rede de fast fashion Forever 21.

Cicatrizes

A mostra do MIS é divida em Origens; Casa Azul; Política, Revoluções e Diego – ambos eram do Partido Comunista, do qual foram expulsos com a ascensão de Stálin –; Amores (Frida foi amante de Trotsky); Fotografia; e Corpo Acidentado – Frida teve poliomielite quando criança, que deixou algumas sequelas como uma perna mais curta que a outra, além de ter sofrido um grave acidente aos 18 anos, cujas cicatrizes (físicas e emocionais) nunca fecharam. “Ela gostava de celebrar a vida por meio da arte, de festas e de sua personalidade e produção artística intensa. Preferia deixar seu sofrimento transparecer em suas obras – nunca entre amigos, pois tinha medo de perdê-los”, diz Trujilo.  

O que se vê em Frida – Suas Fotos é uma artista digladiando com padrões da sociedade conservadora mexicana e o establishment, além de sua própria fragilidade e medos. Uma mulher culta e viajada, mas que teve sua saúde debilitada e a Segunda Guerra Mundial como reais limitadores da expansão de sua arte, que só foi se internacionalizar muitos anos depois. “Mas o ser humano Frida Kahlo ainda é bastante desconhecido, misterioso. É por isso que, a cada leitura que fazemos destas fotos, descobrimos mais um pouco dos lados obscuros de Frida. Essa é a magia das fotos”, finaliza Hilda Trujilo.

Ambas as exposições ficam em cartaz até 20/11/16 e têm entrada franca. Consulte outras informações nos sites do MIS-SP e do Espaço Cultural Porto  Seguro. 

(Juliana Resende/brpress)

Assista ao vídeo sobre a exposição Frida Kahlo – Sua Fotos, no MIS-SP:

Veja galeria de fotos no Facebook e um trecho da entrevista com Hilda Trujilo, do Museu Frida Kahlo, no Instagram.

Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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