Santos pronto para estreia
(Nagoya, brpress) - Todo cuidado é pouco com o jovem lateral Sakai e o meio-campo Tanaka. Mais: Barcelona e a experiência Japão. Por Márcio Bernardes.
Márcio Bernardes*/Especial para brpress
(Nagoya, brpress) – Muricy Ramalho não precisou dar nenhum chute na bola para marcar o primeiro gol do Santos, neste Mundial de Clubes. Enquanto todo mundo dizia que o primeiro adversário do Santos seria o Monterrey, ele cravou a maior probabilidade de enfrentar o time japonês.
O Kashiwa Reysol ultrapassou dois obstáculos para fazer a semifinal com o Peixe: venceu o fraco Auckland City e o time mexicano, este nos pênaltis.
Vários fatores são favoráveis ao time brasileiro: o cansaço de Jorge Wagner e seus companheiros, que estão vindo de uma verdadeira maratona decisiva, a superioridade técnica de Neymar & Cia e a tradição do nosso futebol – incomparável com o Japão.
Cuidados
Claro que o Santos deve tomar seus cuidados. Nelsinho Baptista tem um time veloz, que sai rápido para os contra-ataques e tem nos brasileiros Jorge Wagner e Leandro Dominguez os seus protagonistas.
Além disso, todo cuidado é pouco com o jovem lateral Sakai e o meio-campo Tanaka.
A negativa experiência do Internacional no ano passado em Abu-Dhabi, revelando para o mundo o desconhecido africano Manzembe, comprova que, apesar de qualquer superioridade teórica, respeito ao adversário é bom e não custa nada.
O Monterrey está aí para comprovar essa tese.
Vai, Santos!
Nariz empinado
Todos no Barcelona não se importam em exibir para o mundo a arrogante afirmação de que a equipe catalã joga o melhor futebol do planeta. E ainda tem os gênios da bola, Messi, Xavi, Iniesta & Cia.
Na chegada do campeão espanhol ao Japão, ficou a impressão que eles vieram pra cá a passeio. E a conquista do título “vai ser uma questão de outrossim”.
Foi a mesma impressão que tive, em 1992, com o mesmo Barcelona de Zumbizarreta, Koeman e Stoichovich, entre outros, que enfrentou o São Paulo de Raí e Telê Santana. O resultado todos conhecem.
Vivendo o Japão
Cada vez que venho aqui mais me apaixono por esse país. Já li alguns livros sobre a história do Japão, me detive aos vários impérios, guerreiros e conquistadores, a começar da época do Imperador Endo e do Samurai Tokodawa.
O japonês é lutador, determinado, educado, disciplinado, de uma simpatia contida, respeitoso, vitorioso e pragmático.Estive rapidamente em Tóquio – para onde pretendo voltar -. em Kyoto, Osaka, Hiroshima e estou conhecendo Nagoya.
Gostaria que o Brasil e os brasileiros seguissem várias qualidades dos japoneses. A única coisa que não podemos perder – e aí somos imbatíveis – é na espontaneidade, descontração e alegria. Mesmo que a indisciplina, pobreza e falta de segurança ainda nos atormentem como cidadãos.
Viva o Japão!
(*) Comentarista veterano de esportes, com diversas Copas e quatro Olimpíadas no currículo, Márcio Bernardes é âncora da Rede Transamérica de Rádio, professor universitário e colunista da brpress. Fale com ele pelo email [email protected] , pelo Twitter @brpress e/ou Facebook.