Tristes argumentos
(São Paulo, brpress) - Defensores da fórmula equivocada do Paulistão 2012 deixam competição abaixo de várzea. Mais: Zé Dirceu e Marin em Paris. Por Márcio Bernardes.
Márcio Bernardes*/Especial para brpress
(São Paulo, brpress) – Desde 21 de janeiro, estamos vivendo o Paulistão 2012, sabendo antecipadamente tudo o que iria acontecer. Os defensores dessa fórmula equivocada afirmam que as 19 rodadas da competição valem, sim!
A possibilidade de o Palmeiras pegar o Guarani em Campinas é uma novidade. A outra é o Corinthians receber o Santos no Pacaembu na semifinal. Só isso?
Pessoalmente, estou surpreso e decepcionado com os times de Ribeirão Preto (SP), especialmente o meu Comercial. Uma vergonha futebolística.
O torneio regional de São Paulo precisa ser mais empolgante. Esse modelo não dá mais. A média de público é inferior a mil pessoas por jogo. Até a várzea atrai mais gente. O ideal seria 12 ou 14 clubes, no máximo. Mas por causa do Conselho Arbitral, cuja maioria é composta pelos pequenos, ninguém vai dar tiro no pé.
São várias as alternativas com os 20 clubes: modelo parecido com a Copa do Mundo; um supertorneio inicialmente com os pequenos e depois a entrada dos grandes, numa fase mais adiantada; dois grupos de 10 e final entre os líderes de cada um deles; ou quatro grupos de cinco, dois turnos e final entre os quatro melhores…
Como a FPF está faturando bem com TV e patrocinadores, vai ser difícil convencer a cartolagem. A única esperança é a Globo perder audiência. Aí sim, ela forçará uma mudança.
Quem pagou a conta?
José Dirceu incrementou seus costumes burgueses a partir de 2002. Esqueceu sua época comuno-socialista e passou a frequentar bons e caros lugares. Nada melhor do que Paris como local de um jantar com o presidente da CBF, José Maria Marin.
Ambos são pragmáticos. Um sabe que interessa para o outro. Um é o novo líder da organização da maior competição esportiva do mundo, que acontece no país em 2014. O outro pode reabrir as portas do governo federal, que foram fechadas para Ricardo Teixeira.
Não é possível terminar essa história sem lembrar Chico Buarque de Holanda: “Mesmo com toda fama, com toda Brahma, com toda cama, com toda lama, a gente vai levando, a gente vai levando…”
Disfarce e sinceridade
Felipão disfarça e desdenha a queda de rendimento do Palmeiras. Alega que o time está oscilando entre bons e maus momentos.
O torcedor não é bobo e percebe claramente que alguma coisa está acontecendo.
Enquanto isso, Muricy Ramalho usa de toda sinceridade possível, dizendo que o Santos não ganhou do São Caetano porque desdenhou o adversário. Apesar de o bandeirinha ter anulado um gol legal de Ganso.
Futebol é assim. Com sinceridade ou não, quando não se ganha os problemas aparecem. Mesmo quando o time é superior.
Conversa e empenho: a melhor receita.
(*) Comentarista veterano de esportes, com diversas Copas e quatro Olimpíadas no currículo, Márcio Bernardes é âncora da Rede Transamérica de Rádio, professor universitário e colunista da BR Press. Fale com ele pelo email [email protected] , pelo Twitter @brpress e/ou Facebook.