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Fachada do FifteenFachada do Fifteen

Jantando no Fifteen

(Londres, brpress) - Com abertura do Jamie's Italian em SP, coluna ccompartilha welcome dinner no primeiro restaurante de Jamie Oliver. Por Juliana Resende.

(Londres, brpress) – Há quem diga que um bom restaurante se identifica pelo pão servido no couvert. Bem, se esse for um critério realmente válido (o que dirão dos orientais?), o primeiro restaurante de Jamie Oliver, o one and only Fifteen, vale cada migalha e penny.

    O pão fresco, caseiro e quentinho logo de cara conquistou nossa trupe: aquele welcome dinner a Londres estava fadado ao sabor do sucesso. Estamos em novembro de 2014 e o inverno chega pedindo comfort food – comida reconfortante, aqueles pratos encorpados e com jeitão rústico, que Jamie Oliver sabe fazer (e marketar) tão bem.

    Falando em marketing, embora o  Fifteen tenha sido criado por Oliver em  2002, com o propósito de servir comida honesta para glutões que não dispensam criatividade e alguma elegância – além da boa mesa em si –, e ainda ensinar culinária a jovens em situação de risco social, hoje o restaurante é tocado pelo chef Robbin Holmgren.

£££

    Apesar de se dizer ‘non-profit’ (sem a finalidade de obter lucro), o Fifteen é caro (gastamos mais de £500, cerca de R$ 2500,  num farto jantar para seis pessoas, com direito a entrada, prato principal, vinho, água mineral, sobremesa e café). Reservar mesa é imprescindível – pois o salão escuro da escondida esquina em Old Street estava lotado, com gente muito animada.

    O bar prepara ótimos cocktails com gim – especialidade da casa e tema de master classes (£75 por pessoa incluindo jantar) – e fica bem cheio na happy hour, que não necessariamente tem de se estender do balcão para as mesas. Cervejas e cidras artesanais também fazem a fama do cardápio etílico, privilegiando a tradição britânica mas com ótimos vinhos franceses.

Poucos pratos, para dividir

    Nós nem pensamos em drinks. Pão com manteiga da fazenda e manteiga de galinha (com a gordura e pedacinhos da carne) e pães postos à mesa, com as taças cheias de vinho tinto, começou o banquete. São poucos pratos e o menu muda quase todo dia, variando com relação aos ingredientes disponíveis, sempre frescos e de produtores locais – uma marca na cozinha de Oliver onde quer que seus restaurantes estejam.

    De inspiração internacional, todos os pratos são feitos para dividir. Pedi o salmão com molho de espinafre e Ongleshield quiche. Quiche do quê? É um tipo de queijo típico britânico – delicioso. O sabor do salmão chamou atenção para alguém acostumado a sushis e temakis com fish farm. É. Peixe de criação, alimentado com ração e tingido com tinta rosa. Aquele era um salmão pescado em águas escocesas, divino, tenro, superbem temperado.

    O quiche, um dos pratos que abundam em receitas práticas de Jamie, também tinha a crocância certa e nada de enjoativo (graças ao Ongleshield). Os nomes de alguns pratos podem parecer grego. Mas os garçons não se cansam de explicar (alguns falam várias línguas, inclusive português). Pergunte o que quiser, mas saiba que até o fígado de boi pode ser uma boa pedida (os mineiros, grandes apreciadores do prato, que o digam). 

    As carnes são orgânicas e cortadas diariamente na cozinha do Fifteen. No comando das facas está o brasileiro Almir Santos, que ensinou Jamie a fazer feijoada e churrasco. Ele estava de férias quando fomos ao restaurante, onde ele trabalha há mais de uma década – quase Fifteen years.

Doce?

    Mas vamos à sobremesa, pois já está perto da meia noite, quando fecha o metrô. Alguns preferiram pudim de chocolate orgânico meio amargo ao pudim de pão (“Kouign amann”, nome internacional do bolo). Não eu! Ele veio lindamente ao ponto, estufadinho, com leve sabor de canela,  acompanhado de sorvete de baunilha orgânico (será que é da marca inglesa Green&Black’s, que vem com os pontinhos pretos da vanilla na massa creme?).

    Fica a dúvida – a mesma que tive ao escolher entre a torta de açúcar mascavo (Muscovado Tart) e o metidinho Kouign amann (o sorbet de ruibarbo com menta foi automaticamente descartado). Um brinde a la dolce vita e ao talento de Jamie Oliver – que agora está mais perto dos brasileiros com a abertura de um Jamie’s Italian em São Paulo (Avenida Horácio Lafer, 61 – Itaim), e o primeiro das Américas.  

Cheers!

FYI – London Calling começou como um boletim diário durante as Olimpíadas de Londres, para a BandNews FM. Virou coluna da jornalista Juliana Resende, com um pé lá e outro cá. Ouça aqui os boletins London Calling.

Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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