Londres num prato
Foi-se o tempo em que a capital britânica era sinônimo de fish&chips – que hoje perde para o chicken tikka masala em preferência nacional.
(Londres, brpress) – Londres não é mais a mesma em termos gastronômicos. Foi-se o tempo em que a capital britânica era sinônimo de fish & chips – o prato nacional do Reino Unido, peixe com batatas fritas, enrolados no jornal – e da pior comida do mundo (isso para não entrar em detalhes e falar da mal afamada e também tradicional kidney pie, a tal da torta de rim, etc).
Hoje, a cidade se vangloria de ser uma das metrópoles gastronômicas mais fartas do mundo, com mais restaurantes estrelados no renomado guia Michelin que Nova York e Paris, por exemplo. Londres credita ao seu melting pot, o caldeirão multicultural em que ferve, essa transformação da água para o vinho no quesito comida. Tanto que o festival London 2012, que reúne eventos culturais paralelamente às Olimpíadas, tem na gastronomia o maior número de eventos.
Le Cordon Bleu London
Mal havia chegado a Londres, antes do início dos Jogos, e já fui direto a uma maratona gastronônica, com pratos de 25 países – incluindo a feijoada completa brasileira, no hotel Andaz, ao lado Liverpool St Station, na City londrina. De lá para cá, tive o privilégio de assistir à aula de culinária na filial da aclamada escola francesa Le Cordon Bleu em Londres, provar as delícias preparadas e ficar sabendo, em primeira mão, que essa gastrogrife vai abrir uma filial no Rio de Janeiro no ano que vem.
Londres não para de comer – seja em quiosques de rua, biroscas multétnicas, mesas de restaurantes e balcões de pubs – aliás, gastropubs. E essa moda ruminante que se traduz nos jantares pop-up – eventos de uma noite só com chefs cozinhando para seletos convidades em locais improváveis.
É assim que a jornalista gastronômica coloca suas manguinhas de chef de fora, no evento pop-up 9@TheDispensary (algo como “Às 9, na dispensa”). Sugestivo, não?
Atul Kochhar
Falando em comida indiana, hoje, dos três dos mais renomados chefs que deixaram a Índia para fazer história no cardápio britânico, dois deles são responsáveis pelas estrelas que o restaurante Tamarind ganhou no Michelin: Atul Kochhar foi o primeiro chef indiano a ganhar destaque na ‘bíblia gastonômica’ e Alfred Prasad é o mais jovem indiano lauerado com a distinção. Londres é a cidade que mais tem restaurantes indianos no mundo – o chef Vivek Singh diz que quando abriu seu Cinnamon Club, em 2001, já havia cerca de cinco mil deles – metade dos então 10 mil em todo o Reino Unido.
A paixão dos ingleses por comida indiana data de uns 300 anos, desde a colonização da Índia. O chef do Cinnamom garante que em Londres há melhores indianos que na Índia e que os londrinos, especialmente, estão cada vez mais resistentes à pimenta que tempera os pratos. Aliás, quem diria, o chicken tikka masala – frango típico indiano – superou o fish & chips como o prato favorito nacional do Reino Unido, revela o editor do site Squaremeal.co.uk Ben McCormack.
Bem que São Paulo, honrando seu status de metrópole gastronômica, poderia ter mais restaurantes indianos, não é?
{Juliana Resende/brpress)
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