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Talíria Petrone, no filme Sementes – Mulheres Pretas no Poder. Foto: @sinny.assessoria

Milícia tem proteção da polícia em ‘guerra’ no Rio

Mapa dos Grupos Armados do Rio de Janeiro de 2019 aponta que mais da metade da capital fluminense está nas mãos de grupos paramilitares

(brpress) –  As milícias são a maior ameaça à segurança pública no Rio de Janeiro. Além de cometerem crimes, têm proteção da polícia. No momento de edição deste conteúdo, a revista Veja noticiou que a deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) seria alvo de um atentado planejado por milicianos ligados ao Escritório do Crime – que foi investigado por conexões com o assassinato da vereadora Marielle Franco, da qual Talíria é uma das discípulas.  

O Mapa dos Grupos Armados do Rio de Janeiro de 2019 aponta que mais da metade da capital fluminense está nas mãos de grupos paramilitares. O poderio deles ultrapassa o de todas as facções de tráfico de drogas somados.

De acordo com levantamento realizado pelo UOL, as áreas da milícia têm consideravelmente menos intervenção policial do que territórios dominados por facções do tráfico.  Em mais de três anos (2016 a 2020), apenas três em cada 100 tiroteios envolvendo o poder público ocorreram em bairros dominados pelos milicianos. 

Paz aparente

O ex-delegado Cláudio Ferraz, que participou ativamente do combate a milícias de 2007 a 2011, explica que essas organizações paramilitares usam da aparente sensação de paz nos bairros controlados por eles para extorquir e aterrorizar moradores. 

“O traficante quer paz para vender o seu produto. Já o miliciano quer guerra. Se não tiver confronto, como ele vai vender a segurança? Se não mantiver a sociedade em estresse, a mercadoria dele, que é a ‘segurança’, não existe”.

‘Gestão’ do crime

Engana-se quem pensa que as atividades criminosas diminuem com a presença dos milicianos. Cláudio Ferraz afirma que tais grupos fazem a “gestão” do crime nas regiões controladas. 

“O roubo de carga, a receptação, a falsificação de bebidas, o contrabando de cigarros, a venda de armas, o roubo de caixas eletrônicos, o tráfico de drogas, a extorsão, a cobrança de estacionamento clandestino, as construções irregulares, a grilagem de terras… Tudo passa por eles,” explica.

Além disso, é comum que milícias “aluguem” bairros controlados por eles para facções do tráfico por meio de acordos, como acontece com o Terceiro Comando Puro. Nesses locais, as operações da polícia também são menos frequentes, segundo a reportagem premiada A Mão Invisível da Milícia.

Na política

Apesar do pensamento comum de que o maior problema do Rio de Janeiro é o tráfico de drogas, a milícia se mostra ainda mais preocupante. Suas ligações com a polícia – e a política – fazem com que seja muito mais difícil combater esses grupos.

Dados divulgados pelo governador afastado Wilson Witzel apontam que apenas 1% dos presos no estado do RJ faziam parte da milícia. Isso pode ser mais um indício da relação estreita entre grupos paramilitares e o poder público. 

Na polícia

O 18º Batalhão da PM é um exemplo. Apesar de patrulhar tanto as comunidades de Gardênia Azul e Cidade de Deus, a primeira só registrou uma troca de tiros com a polícia desde 2016. Já a favela famosa pelo filme homônimo de Fernando Meirelles é a segunda com mais tiroteios no Rio.

Foi nesse batalhão também que trabalharam juntos os ex-PMs Adriano Magalhães, chefe do grupo miliciano Escritório do Crime, morto em fevereiro em uma operação policial em Salvador, com acusações de queima de arquivo, e Fabrício Queiroz, ex-assessor e acusado de ter sido o operador das ‘rachadinhas” no gabinete do senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, de quem é amigo pessoal desde 1984. 

(Colaborou Maria Carolina Soares, especial para brpress/Agora Eu Quero Gritar)

Foto: Talíria Petrone, no filme Sementes – Mulheres Pretas no Poder. @sinny.assessoria

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