Acesse nosso conteúdo

Populate the side area with widgets, images, and more. Easily add social icons linking to your social media pages and make sure that they are always just one click away.

@2016 brpress, Todos os direitos reservados.

DJ ou DJane? Mulheres nas pick-ups

(brpress) – Cada vez mais presentes no comando das pistas, algumas mostram diversidade e talento, além de legitimar seu espaço na cena eletrônica; outras mostram até demais. Por Felike Kopanski.

(brpress) – Com o amadurecimento da cena de música eletrônica no Brasil, a presença de mulheres DJs torna-se cada vez mais constante na noite. Tanto que já ganharam até apelido: DJanes. O fato é que algumas mostram diversidade e talento, além de legitimar seu espaço na cena eletrônica; outras mostram até demais.

Teriam elas uma sensibilidade maior? Pode até ser, mas sabem acelerar quando querem. Não há como generalizar e, muito menos, não reconhecer a importância das mulheres na consolidação da profissão de DJ. Mesmo contrariando uma tendência do hip hop, dance, disco e outros gêneros influentes, na música eletrônica há muitas mulheres tocando e com qualidade.
 
Mara Bruiser , Gláucia + + (Mais, Mais) e Renata (Renata Kléber) são exemplos de mulheres DJs, com estilos diferentes, que evoluíram junto com a cena eletrônica. No underground, do início da década de 90 ao começo de 2000, todas já estavam marcando presença e território nas casas noturnas, que passaram a incorporar e evoluir com o gênero a partir dos anos 70, época de ouro da disco music. A chegada de novos aparatos tecnológicos também foi fundamental para a profissionalização.
 
Do cyber-mano e clubber ao “passista” de hoje em dia, elas foram responsáveis por outro importante fator: a aceitação e a conquista da presença do público. Com performances repletas de charme e carisma, as DJs contribuíram e muito para tornar a música eletrônica em algo mais profissional e, por conseqüência, comercial. Agora, é possível dizer que há espaço para a aparição de novas e talentosas mulheres, com enorme diversidade de trabalho.
 
Preconceito
 
“Comecei a discotecar a partir de 2007. Embora eu toque também em CDJ e vinil, prefiro utilizar o meu computador e discotecar com o programa Ableton Live. Não tive dificuldades neste caminho, mas senti um preconceito dos DJs da velha guarda com relação aos novos que usam computadores”, afirma a DJ performática Ana John, de São Paulo.
 
Segundo a DJ Ana John, ainda há outro importante fator a ser considerado: a evolução no som. “Além de novos estilos e vertentes, vemos o “mix” de gêneros. Há mais DJs produzindo suas próprias faixas e buscando aperfeiçoamento em escolas de música, que é altamente produtivo para uma maior qualificação. O acesso às novas tecnologias nos permite produzir mesmo sem os recursos de grandiosos estúdios. Assim, a criatividade individual também se sobressai.”
 
DJanes
 
A variedade de estilos e vertentes não se resume apenas à questão sonora. Há artistas mulheres que vão além, usando a própria estética e beleza para se autopromover como DJs. Geralmente, são modelos que deixam as passarelas e as capas de revista para começar a “tocar”. Reconhecidas como DJanes, elas sabem usar os programas e dominar os toca-discos virtuais, porém, a questão sonora não parece ser uma prioridade, já que não há um cuidado maior com a produção das músicas.
 
“O termo DJanes utilizado atualmente refere-se a DJs mulheres que, independente da qualidade técnica de seu set, exploram o corpo, a beleza e outros atributos sexuais. Ou seja, a sonoridade é tida em segundo plano sim. Os sons são comerciais e simplificados. Porém, há mercado para todos. Se há público que não prioriza a música por si só, essas garotas terão cada vez mais espaço, especialmente entre o público masculino”, completa Ana John.
 
Até topless
 
A catarinense Fran Kistner é um exemplo. Além de seguir carreira solo, ela ainda faz parte do grupo de Female Angels, composto por DJanes. Para completar, há “DJ” que faz até topless. A paranaense Chris Miller, que não se considera uma DJane, mesmo apresentando suas medidas em seu “set list”. “Eu trouxe algo inovador para as casas noturnas do Brasil”, acredita.

Inspirada no trabalho da DJ Portia Sureal e DJ Diva, ela se apresenta como a DJ Top Less. Isso mesmo, durante suas apresentações, ela simplesmente exibe seus seios para o público. Com mais de um ano e meio de atuação por aqui, Chris se orgulha em dizer: “Fui a primeira a fazer topless e deu certo”.
 
Peito para política
 
“Observei essa modalidade na Espanha e pensei: vou levar para o Brasil, vai dar dinheiro. Porém, todos me alertavam sobre o possível preconceito, já que brasileiro é mais conservador para certas coisas. Mas não enfrentei nenhuma barreira do público, apenas dos demais DJs, claro”, conta a DJ Topless. “Considero-me bonita e exploro isso. Estou unindo o útil ao agradável”, afirma Chris Miller. Ela também anuncia ser pré-candidata a deputada estadual, em São Paulo, pelo partido PTN.
 
Mesmo em um território teoricamente dominado por homens, o talento e relevância da mulher como DJ apresenta-se mais que consolidado. No entanto, espera-se que essas buscas por inovações e artifícios, principalmente comerciais, não banalizem a própria trajetória das mulheres no comando das “pick-ups”, a essência e, principalmente, o conhecimento e cultura da música eletrônica. As DJs que façam por merecer.

Conheça o trabalho de algumas DJs brasileiras:

www.myspace.com/marabruiser
www.myspace.com/djanajohn
www.myspace.com/glauciamaismais
www.myspace.com/djrenata
www.myspace.com/chrismiller
www.myspace.com/femaleangels
www.myspace.com/djfrankistner

(Felipe Kopanski/Especial para brpress)

Cadastre-se para comentar e ganhe 6 dias de acesso grátis!
CADASTRAR
Translate