
Cinemateca Brasileira agoniza
(São Paulo, brpress) - Instituição seria gerida pela Acerp até 2021. Mas em dezembro de 2019, o então ministro da Educação, Abraham Weintraub, encerrou o contrato; instituição deve R$ 450 mil de eletricidade.
(São Paulo, brpress) – Funcionários da Cinemateca Brasileira fizeram, no Dia do Cinema Brasileiro (19/06), um ato em defesa da instituição, que tem o maior acervo audiovisual da América do Sul e enfrenta uma crise de gestão, capaz de resultar em perdas irreversíveis para o patrimônio cultural do Brasil. São 250 mil rolos de filmes e mais de um milhão de volumes que documentam a história do cinema nacional.
O Conselho Administrativo da Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp) firmou acordo, em 2018, com o governo federal, para gerir o espaço até 2021. Mas em dezembro de 2019, o então ministro da Educação, Abraham Weintraub, encerrou o contrato com a Acerp, afetando a Cinemateca Brasileira, a TV Escola e a TV Ines, que produzia conteúdos para pessoas com deficiência auditiva.
No escuro
A instituição tem uma dívida de R$ 450 mil com a Enel, companhia que fornece energia elétrica em São Paulo. A empresa deu um prazo até dia 25/06 para que a Cinemateca quite o débito. Caso a conta não seja paga, a energia será cortada, o que irá impedir o sistema de ar-condicionado do acervo de continuar funcionando.
Conforme ressalta a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), que realizou uma reunião para discutor a crise da Cinemateca Brasileira, por iniciativa da Comissão da Educação, Cultura e Esportes, sem climatização apropriada e sem supervisão constantes, os filmes de nitrato de celulose, usados pela indústria cinematográfica até os anos 1950, ficam sujeitos à autocombustão. Ou seja, há perigo de incêndio no local – o que já aconteceu em décadas anteriores.
(*) Com informações da Agência Brasil. (Colaborou Emílio Moreira, especial para brpress)