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'Retrato de estúdio"‘Retrato de estúdio”

Miragens retrata conflitos

(São Paulo, brpress) - Arte contemporânea do Oriente Médio reflete questões pungentes como a israelo-palestina e submissão da mulher muçulmana. Por Juliana Resende.

(São Paulo, brpress) – Vagando pelo “túmulo do samba” e caçando um bom programa nada a ver com Carnaval? Pois o Instituto Tomie Ohtake pode ser o destino certo: além de ver a mostra Relicário, de Vik Muniz, artista que inspirou o filme Lixo Extraordinário, que concorreu ao Oscar de melhor documentário, o local sedia a sensacional exposição Miragens, com artistas do Oriente Médio – tema e região totalmente atuais.

Ao invés de notícias de conflitos, Miragens reúne uma produção artística pungente, que reflete questões como a israelo-palestina e a opressão/submissão da mulher muçulmana. Idealizada por Rodolfo Athayde e com curadoria de Ania Rodríguez, a mostra reúne 58 obras de arte contemporânea, de 19 artistas destacados no cenário internacional, que têm em comum em suas produções o universo cultural islâmico.

Violência, militarismo e opressão estão refletidos nas obras de artistas importantes, que vão além da estética para fazer uma crítica ácida aos regimes ditatoriais na região e ataque cultural por meio de uma arte radical, que só pode ser produzida porque a maioria dos artistas vive fora do Oriente Médio, na França, Reino Unido, Estados Unidos, Holanda e Alemanha. As obras vêm de coleções européias e norte-americanas, e de acervos de Paris, Istambul e Damasco.

Desmitificando

“Desfazer o espelhismo que nubla o conhecimento do ‘outro’, deixando as vozes dos portadores atravessarem nossas próprias certezas, é o desafio da mostra”, afirma Ania Rodríguez. “A tradição muçulmana é muitas vezes questionada e mesmo reinventada nos trabalhos reunidos na exposição, através de técnicas e imagens típicas aproveitadas para estruturar discursos que dialogam com o presente”. 

Miragens, que passou anteriormente pelo CCBB-RJ, busca confrontar, através da poética dos artistas reunidos, a imagem estereotipada que o Ocidente acabou desenvolvendo sobre o Islã e sua cultura. Com obras que utilizam de técnicas tradicionais à videoinstalação e que oscilam de grandes enigmas visuais a hilariantes paródias, a exposição dá a ver tanto o encantamento quase mágico da caligrafia islâmica quanto a ameaça bélica permanente e o rigor de alguns costumes.

Outra dica

Paralelamente, o CCBB-SP apresenta a mostra Islã – Arte e Civilização
, com cerca de 350 peças que ajudam a contar os pouco mais de 1400 anos de história das nações do mundo islâmico. Com curadoria de Rodolfo Athayde e do Prof.Dr. Paulo Daniel Farah, a mostra reúne obras dos mais importantes museus da Síria e do Irã, além de objetos de países da África muçulmana.

Entrada franca.

Miragens
Visitação: terça a domingo, das 11h às 20h; até 03/04.
Instituto Tomie Ohtake – Av. Faria Lima, 201 (Entrada pela Rua Coropés); (11) 2245-1900

Islã – Arte e Civilização
Visitação: terça a domingo, das 10h às 20h; até 27/03.
CCBB-SP – Rua Álvares Penteado, 113; (11) 3113-3651

(Juliana Resende/brpress)

Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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