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Turma da Mônica Jovem: descobertas. Foto: Laura CampanellaTurma da Mônica Jovem: descobertas. Foto: Laura Campanella

Turma da Mônica Jovem volta com inclusão e desafios

Reflexos do Medo entretém enquanto toca em temas como cidadania e direito à cultura, mas desanda com assombração. Por Juliana Resebde

(São Paulo, brpress) – A vocação educativa da Turma da Mônica continua forte no mais novo produto da Mauricio de Sousa Produções (MSP): o longa-metragem Turma da Mônica Jovem – Reflexos do Medo, que chega exclusivamente aos cinemas em 18/01. Um filme de férias brasileiro na na esteira da comédia Minha Irmã e Eu, outra produção nacional que passou do primerto milhão de espectadores. 

Reflexos do Medo é entretenimento, claro. Mas toca em temas como cidadania e direito à cultura, graciosa e brasileiramente. O Museu do Limoeiro está caindo aos pedaços e será leiloado (leia-se comprado pela família Fru Fru, da patricinha candidata a presidente do grêmio da escola). A turma, liderada pela esquentadíssima Mônica (Sophia Valverde, ótima no papel e “xerox” de Mônica Sousa quando adolescente, segundo a própria), decide se mobilizar para evitar essa “privatização”. 

Fantasma fajuto

O elenco principal se completa com Xande Valois (Cebola ≠ e não mais Cebolinha), Bianca Paiva (Magali) e Theo Salomão (Cascão). Além do capitalismo selvagem e a precariedade da política cultural, a ‘tchurma’ terá de lidar com outra assombração: o Cabeça de Balde, uma entidade de outra dimensão. É aí que o filme se complica. 

O mamembismo dos efeitos especiais da produção ficam evidentes e o ritmo,  que estava indo bem entre manifestações, rivalidades e flertes, vira uma história da carochinha sem pé nem cabeça,  envolvendo a centenária Ordem dos Cozinheiros, uma escola de magia, feitiços e outros quitutes. Falha do roteiro original de Sabrina Garcia, Rodrigo Goulart e Regina Negrini. 

Coelhada nele

Seria muito mais divertido ver Mônica chutando o balde (não só arrancando-o da cabeça da entidade mequetrefe, como ela mesma sugere a um certo ponto). Afinal, a MSP é signatária dos princípios de empoderamento das mulheres, plataforma da ONU Mulheres e do Pacto Global. E além de inclusão e representatividade, empoderamento feminino também segue em voga. 

O poder da Turma da Mônica não pode ser subestimado. Na área editorial, são  450 títulos de livros e mais de 1,2 bilhão de revistas vendidas, ambos responsáveis pela alfabetização informal de milhões de brasileiros. “A ficha da grandiosidade de viver um de seus personagens mais amados caiu quando, num intervalo de filmagem, uma moça virou para mim e disse:

‘Aprendi a ler e escrever com um gibi da Magali'”, contou Bianca Paiva.

Negritude Jr.

Na linha politicamente correta, a grande novidade da Turma da Mônica Jovem cinematográfica (serão pelo menos quatro filmes) é a atriz Carol Roberto como Milena – uma garota negra com pendores para as Ciências Exatas. “É um grito de resistência”, disse a ex-The Voice Kids sobre a personagem, emocionada, na coletiva de imprensa. “E também é uma grande responsabilidade ser a primeira negra nessa turma mais querida do Brasil”. 

“Cresci sem referência sequer de boneca preta e nunca imaginei que poderia chegar à Turma da Mônica”.

Carol Roberto

Milena quer ser pesquisadora, mas seu hobby é fotografar com uma câmera analógica, que foi de sua avó Laura, uma respeitada jornalista. 

Jerê (Bruno Vinícius), personagem negro mais antigo da Turma da Mônica – como lembrou o ator –, criado em 1960, volta em Reflexos do Medo. “Inclusão e representatividade são importantes especialmente agora, em que o assunto está em evidência na sociedade brasileira e na arte”, diz Vinícius.

Sou grato de fazer parte desse momento trazendo o Jeremias para a nossa geração”. Uma geração que não conhece a Turma da Mônica dos quadrinhos – “e provavelmente vai conhecer agora, no cinema”, acredita Mônica Sousa. 

Inspirações?

“Nossa ideia é manter a essência, a personalidade  das crianças que conhecemos e confrontá-la nesta nova fase, de adolescência, em que a gente costuma questionar tudo”, diz Mônica Sousa, diretora da Maurício de Sousa Produções. “Estou voltando à minha época de colégio – aliás, é meu antigo colégio que aparece no filme! Estou curtindo muito relembrar estes tempos amorosos”, suspira. 

Ela nega que a história de Reflexos do Medo, mesclando magia, cultura e folclore, tenha bebido no universo de Harry Potter. “Eles são ingleses…”, desconversa.  O diretor Maurício Eça admite que tanto a obra de JK Rowling quanto a série Stranger Things são uma inspiração, ainda que indiretas. 

(Juliana Resende, brpress)

#brpressconteudo #TMJReflexosdoMedo

Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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