Filmes de HQs: mercado milionário
(brpress) - Thor, X-Men: Primeira Classe e Capitão América: O Primeiro Vingador são apenas algumas adaptações numa vasta seara de histórias em quadrinhos filmadas. Por Vanessa Wohnrath.
(brpress) – Chacrinha já dizia: “Nada se cria, tudo se copia”. No caso de Hollywood, praticamente tudo se adapta. Vale desde a fonte mais antiga, a literatura, até o Twitter. É isso mesmo! O seriado $#*! My Dad Says foi inspirado no Twitter do americano Justin Halpern, que colocava no site as asneiras que seu pai dizia. Mas no âmbito cinematográfico, a febre é adaptar histórias em quadrinhos.
São tantos os super-heróis ganhando versões em carne e osso que, em breve, não duvide, poderá assistir às aventuras de seu predileto num cinema perto de você. A começar pelo obscuro mito nórdico Thor, a partir desta sexta-feira (29/04). O Deus do Trovão chega com pompa e direção do shakespeareano Kenneth Branagh, numa jornada até a Terra, mostrando o poder de seu martelo Mjolnir.
Muito mais
Depois, chegam aos cinemas: Padre (13/05), X-Men: Primeira Classe (03/06), Capitão América: O Primeiro Vingador (29/07), Cowboys & Aliens (12/08) e Lanterna Verde (19/08). No ano que vem, é a vez de As Aventuras de Tintim: O Segredo do Unicórnio (The Adventures of Tintin: The Secret of the Unicorn), Os Vingadores (The Avengers), Motoqueiro Fantasma 2 (Ghost Rider: Spirit of Vengeance), The Amazing Spider-Man, The Dark Night Rises, The Wolverine, Homens de Preto 3 (Men in Black III) e Superman – O Homem de Aço (Man of Steel).
Outras adaptações da lista, ainda sem data confirmada de lançamento são: Kick-Ass: Ball to the Wall, Sin City 2, O Procurado 2, Luke Cage e Y: O Último Homem.
Gênese
As duas linguagens artísticas – quadrinhos e cinema – surgiram no final do século XIX. E quem pensa que essa coisa de adaptar HQs para o cinema é algo recente está muito enganado. Em meados dos anos 1930, filmes e gibis já flertavam. Em 1935, as aventuras do fortão Popeye apareceram no curta-metragem Adventures of Popeye.
Mais tarde, séries de TV traziam outros heróis dos quadrinhos, como Flash Gordon (1936), Dick Tracy Returns (1938), Adventures of Captain Marvel (1941), Batman (1943) e Aquaman (1968).
Super-Homem
No final dos anos 1970, o namoro entre cinema e HQs começava a ficar sério. O então desconhecido Christopher Reeve colocava o uniforme do Homem de Aço em Superman – O Filme (Superman, 1978) e em mais três continuações: Superman II (1980), Superman III (1983) e Superman IV: Em Busca da Paz (Superman IV: The Quest for Peace, 1987).
A história em quadrinhos criada por Jerry Siegel e Joe Shuster ainda ganhou mais um filme: Superman – O Retorno (Superman Returns, 2006). A produção foi um grande fracasso. Agora, cabe a Zack Snyder e seu Superman – O Homem de Aço (Man of Steel) – com lançamento marcado para dezembro de 2012 – retomar a história de sucesso do herói.
Superpoderes à risca
Capengas de recursos tecnológicos para recriar a fantasia dos quadrinhos, as produções antigas eram bem bobinhas. Agora, a história é diferente. As incríveis façanhas realizadas pelos super-heróis são reproduzidas à altura nos novos filmes, com tudo o que há de melhor em efeitos especiais. E quase sempre em 3-D.
A aposta em adaptações de HQs é uma artimanha segura para os estúdios, que colocam nas telas personagens já testados no mercado editorial. E ai de algum filme que não seguir à risca o que aparece nas páginas dos quadrinhos. Os produtores perceberam a importância em seguir o roteiro das HQs. Caso contrário, corre-se o risco de não agradar nem os fãs, nem os espectadores comuns e o filme ser um fracasso.
Efeito Batman
Uma mostra disso é a reformulada que Christopher Nolan deu ao Homem-Morcego. Depois do fiasco protagonizado pelo super-herói em Batman & Robin (1997), era preciso dar a ele o respeito que merecia. Dito e feito!
O cineasta inglês lançou primeiro Batman Begins (2005) e depois uma das melhores adaptações quadrinescas já realizada, se não a melhor: Batman – O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight, 2008).
Poderosa Marvel
A adaptação de HQs se tornou tão séria, ambiciosa e lucrativa que a Marvel, editora e produtora de histórias em quadrinhos, decidiu criar um novo segmento e se tornar um estúdio. Assim, nascia em 2004 a Marvel Studios para acompanhar de perto os filmes adaptados de suas obras e, desta forma, manter o nível de qualidade nas alturas.
Com a Marvel na jogada, a estratégia daqui para frente é ela se fortalecer como estúdio, lançando pelo menos 10 franquias: Os Vingadores, Capitão América, Gavião Arqueiro, Nick Fury, Homem-Formiga, Doutor Estranho, Pantera Negra, Manto & Adaga, Quarteto Futuro e O Mestre do Kung Fu.
Epílogo
As adaptações são um grande deleite, tanto para o fã de revista em quadrinhos, que vê na tela a transposição do que está nas páginas, como também para aquele que curte filmes com personagens complexos e tramas fantásticas. Sem falar nos efeitos alucinantes.
Um universo repleto de super-heróis, vilões megalômanos e mocinhas nem tão indefesas mostra que cinema e histórias em quadrinhos foram feitos um para o outro, num casamento longe de ter um fim.
(Vanessa Wohnrath/Especial para brpress)