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Vinicius de Oliveira é o religioso DevanildoVinicius de Oliveira é o religioso Devanildo

‘Walter será meu mentor’

(brpress) - É o que diz o ator e futuro diretor Vinicius de Oliveira, revelado por Walter Salles, em Central do Brasil, e que estrela Assalto ao Banco Central. Por Vanessa Wohnrath.

(brpress) – Josué, personagem do filme Central do Brasil (1998), marcou a história do cinema por causa do ator que viveu esse menino: Vinicius de Oliveira. Ele era engraxate no aeroporto Santos Dumont, no Rio, e, certo, dia conheceu o diretor Walter Salles, que pagou um lanche ao menino.

Oliveira foi chamado para trabalhar ao lado de Fernanda Montenegro e o resto é história. Mesmo com uma estreia tão badalada, o ator trabalhou pouco no cinema e se dedicou mais aos estudos, algo que continua fazendo, agora, cursando o primeiro ano da faculdade de Cinema.

Hoje, aos 26 anos, Oliveira estrela o quarto filme da carreira: Assalto ao Banco Central, que será lançado nesta sexta (22/07).

Em Assalto ao Banco Central, Oliveira interpreta Devanildo, um jovem religioso, cunhado de Barão (Milhem Cortaz), chefe da quadrilha que rouba R$ 164 milhões do Banco Central de Fortaleza. Devanildo integra o bando sem saber, a princípio, do que se trata o plano.

Seu personagem é responsável pelos momentos cômicos do filme.

É a primeira vez que o ator não trabalha com Salles no cinema. Depois de Central, os dois fizeram Abril Despedaçado (2001) e Linha de Passe (2008). É essa parceria que inspirou Oliveira a querer ser diretor no futuro – sonho que compartilha, na entrevista a seguir.

Como o projeto de Assalto ao Banco Central chegou até você?

Vinicius de Oliveira – O Marcos Paulo [diretor] e a Antonia Fontenelle [produtora de elenco] viram Linha de Passe, gostaram do meu trabalho no filme e resolveram me juntar a esse timaço de atores e fazer uma coisa bacana. Foi um grande presente por causa do personagem e pelo fato de dividir com o Marcos, a alegria do primeiro trabalho dele na direção em cinema.

Quando você foi chamado para fazer o filme, era para interpretar Devanildo?

Vinicius de Oliveira – Na verdade, não. Me deram o roteiro de outro personagem, o Décio, papel do Juliano Cazarré. O Devanildo estava sendo negociado para outro ator fazer. Mas ele não pôde e aí a equipe me passou o papel de Devanildo e o de Décio para o Juliano.

E foi uma grata surpresa…

Vinicius de Oliveira – Sim! Foi muito bacana. Fiquei ultra, megafeliz!

Devanildo tem características bem particulares, ele é um pouco efeminado. Como você se preparou para viver esse papel, sem cair no estereótipo?Vinicius de Oliveira – Como o personagem é difícil por causa da religião e pelo fato dele ser efeminado, assexuado, tínhamos de ter um cuidado para ele não ficar estereotipado, caricato. O trabalho da Fátima [Toledo, preparadora de elenco] me ajudou bastante. Estou acostumado a trabalhar com ela, o método dela é muito preciso e isso foi fundamental para compor o jeito do Devanildo e não passar do ponto.

O filme é inspirado em fatos reais e os personagens são ficcionalizados. Mas de fato, o Devanildo existe?

Vinicius de Oliveira – Só ficamos sabendo que o Devanildo era real, com duas semanas de filmagens, quando um homem com as características dele foi preso. Eu não tive contato com ele. Num primeiro momento o personagem era ficcionalizado, e ficou dessa forma, assim como os outros personagens. Não nos baseamos em nenhuma pessoa que participou do assalto. Ficamos mais livres para criar.

Que tipo de personagem te interessa fazer?

Vinicius de Oliveira – Gosto de papéis difíceis, que representem o ser humano que é visto nas ruas, pessoas de verdade, que têm alguma coisa a dizer.

Você tem feito longas pausas entre um filme e outro. Qual o seu próximo passo na carreira?

Vinicius de Oliveira – Continuar fazendo filmes, com menos pausas (risos). Estou fazendo faculdade de Cinema para, mais à frente, também dirigir.

A direção está nos seus planos, então?

Vinicius de Oliveira – Sim! Tenho muita vontade. Quero continuar trabalhando como ator. Mas talvez trabalhe um pouco menos no futuro, em função da direção. Mas não vou deixar de atuar.

O trabalho com Walter Salles te influenciou nessa decisão de ser diretor?

Vinicius de Oliveira – Total! Eu só tive essa ideia louca de ser diretor por causa do Waltinho. Ele é o grande culpado disso tudo (risos). Vê-lo dirigir é fascinante. É incrível a ideia de você dirigir um ator, um set de filmagem. Essa coisa da liderar, tenho um pouco disso. Ser diretor requer isso. Não é a questão do poder, de querer mandar. É saber guiar as pessoas e fazê-las pensar o mesmo filme que você.

Com certeza, você vai pedir algumas dicas para ele?

Vinicius de Oliveira – Claro! O Walter vai ser meu mentor.

Você vai conciliar a carreira com a faculdade?

Vinicius de Oliveira – Estou num momento em que preciso estabilizar a minha vida. Estou com 26 anos, sou novo. Mas os 30 estão batendo na porta (risos) e preciso ficar esperto.

Tem algum projeto em vista?

Vinicius de Oliveira – Recebo muitos. Mas não há nada concreto. Tenho alguns projetos que faço com amigos na internet.

Do que se tratam esses trabalhos na internet?

Vinicius de Oliveira – Temos um programa chamado Fominhas, no qual falamos sobre esportes, mais sobre futebol, na verdade. Nós colocamos na internet alguns episódios como experiência. Estamos tentando algum patrocínio para continuarmos a seguir esse projeto.

O que mudou na sua carreira entre Central do Brasil e Assalto ao Banco Central?

Vinicius de Oliveira – Houve um amadurecimento nos trabalhos que fiz, nas relações com pessoas com quem convivi e por tudo o que vejo. Tudo isso é um acúmulo de bagagem para construir personagens mais difíceis.

Se você não tivesse trabalhado em Central do Brasil, acredita que teria seguido a carreira artística mesmo assim?

Vinicius de Oliveira – Jamais pensei em ser ator. Não sabia que eu tinha algum talento como ator. Meu sonho era ser jogador de futebol. Adoro futebol!

Então foi bem legal trabalhar em Linha de Passe…

Vinicius de Oliveira – Nossa! Foi um sonho que eu não realizei. Mas que representei na tela do cinema.

Fale um pouco sobre a profissão de ator no Brasil.

Vinicius de Oliveira – É difícil. É preciso matar um leão todo dia. Por mais que você apareça, não é o tempo todo que diretores de elenco vão lembrar de você. É preciso saber que projetos estão sendo feitos. É complicado. Enquanto você não se estabiliza na carreira, é uma batalha que você tem de ganhar todos os dias.

(Vanessa Wohnrath/Especial para brpress)

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