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Andrea Beltrão é JacintaAndrea Beltrão é Jacinta

Jacinta: a pior atriz do mundo

(Rio de Janeiro, brpress) - É a nova peça da dupla dinâmica Aderbal Freire-Filho e Andrea Beltrão, que estreia no Teatro Poeira.

(Rio de Janeiro, brpress) – A primeira experiência de Jacinta como atriz acontece logo diante da rainha de Portugal, no século XVI. Apaixonada por teatro, a monarca se espanta de tal forma com a desastrosa interpretação que perde o ar e morre, não sem antes decretar o mesmo fim para a artista iniciante. A pena é transformada em exílio no Brasil, onde Jacinta chega com a fama de pior atriz do mundo.

    Essa aventura em busca do aplauso e do reconhecimento na então colônia portuguesa é contada na comédia musical Jacinta, que estreia nesta quinta-feira (15/11), no Teatro Poeira, com direção de Aderbal Freire-Filho, texto de Newton Moreno (com colaboração de Aderbal), direção musical de Branco Mello (dos Titãs) e Andrea Beltrão no papel-título.

    A atriz portuguesa é uma invenção de Newton Moreno, pernambucano radicado em São Paulo e reconhecido como um dos principais dramaturgos da atualidade. Ele escreveu Jacinta entre 2003 e 2004, antes de As Centenárias, peça que criou especialmente para Andréa Beltrão e Marieta Severo e que rodou o país de 2007 a 2011, também com direção de Aderbal Freire-Filho.

‘Maior graça’

    Andrea já conhecia a história, até agora inédita, e decidiu produzi-la, permitindo este reencontro entre artistas que têm em comum uma sólida experiência em companhias teatrais.  “Tenho essa mania de trabalhar com as mesmas pessoas. Acho a maior graça nisso”, diz a atriz. “E Newton é um autor que entrega uma peça linda como Jacinta e ainda deixa mexer no texto. A gente combina bem”, continua.

Musical
 
    A versão inicial do texto, com que o elenco começou a ensaiar, cobrava um trabalho dramatúrgico,  mas durante a estruturação do projeto Newton, Andréa e Aderbal concordaram que a peça fosse transformada em um espetáculo musical.

    Para isso, Branco Mello foi incorporado à equipe de criação de Jacinta. Além de assinar a direção musical, Branco compôs as melodias, em parceria com Emerson Villani, e as letras foram escritas por Aderbal e Newton. Ao todo, foram criadas 13 canções e mais nove temas instrumentais usados na trilha incidental.
 
    “A música ajuda a contar a história. Eu troquei, por exemplo, três cenas pela canção que conta a entrada de Jacinta no Brasil”, explica Aderbal. “Fui criando as melodias de acordo com o que as letras pediam. Há música medieval, rock pesado e chega até ao funk”, diz Branco.

‘Anacronismos’

    A opção por um musical com gêneros do século XX reforça a despreocupação de Aderbal e Newton com realismos, não havendo interesse em fazer reconstituição histórica. O diretor mais uma vez se vale de recursos teatrais que chama de “anacronismos”: o autor português Gil Vicente, morto por volta de 1536, aparece utilizando uma máquina de escrever e Jacinta diz que gostaria de conhecer Nelson Rodrigues.
 
    O uso do sotaque português pelos atores em boa parte do espetáculo tem um quê de fidelidade e outro de recurso teatral, reforçando o tom cômico da peça. “Adoro falar com sotaque, qualquer sotaque. Ele me dá outra persona”, diz Andrea, que passou 20 dias em Portugal neste ano, mas que treinou mesmo o sotaque vendo e ouvindo o ator Raul Solnado e a cantora Amália Rodrigues.
 
    Aderbal explica que a formação de Jacinta, com uma mulher e cinco homens, é a mesma de um cambaleo, um dos oito tipos de trupe teatral que existiam no Século de Ouro espanhol, entre XVI e XVII. Na visão do diretor, é como se cinco atores de hoje encontrassem uma atriz portuguesa do século XVI e empreendessem com ela uma jornada que vai retornar aos dias de hoje.
 
    Em sua epopeia, Jacinta conhece vários personagens e chega a formar um grupo com três marginais, o que resulta na sua prisão. Ela é obrigada a representar para o inquisidor, que, tal como a rainha, morre pasmo com o desastre. O assistente do inquisidor se incorpora à trupe, que se torna em seguida um cambaleo com a chegada de um coveiro.
 
Sem caricatura

    “A má atriz só aparece nos momentos em que Jacinta está representando para alguém. No restante do tempo, é a excelente atriz que Andrea é”, explica Aderbal. “Não quero cair na caricatura. Estou procurando escolhas infelizes, como gritar quando não se deve. É isso o que acontece com Jacinta. Ela é bem intencionada, mas faz péssimas escolhas”, adianta Andrea, que mergulhou nos ensaios diários, mesmo com a rotina de gravações do seriado Entre Tapas e Beijos, da TV Globo. “Enfrento bem gravar durante o dia e depois ensaiar até de madrugada. Minha vida é essa mesma. Foi o que eu escolhi.” afirma a atriz.

Sessões: quinta a sábado, 21h; domingo, 19h.

Ingressos: Plateia R$ 100,00 (inteira) e R$ 50,00 (meia-entrada); Balcão R$ 80,00 (inteira) e R$ 40,00 (meia-entrada).
 
Classificação indicativa: 12 anos.

Duração aproximada da peça: 2h10.

Teatro Poeira – Rua São João Batista, 104; (21)2537-8053

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