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Andrizej Chyra em cena de In the Name of... Foto: Divulgação/grolschfilmworks.comAndrizej Chyra em cena de In the Name of… Foto: Divulgação/grolschfilmworks.com

Padre homossexual na Berlinale

(Berlim, brpress) - Vem da Polônia o filme capaz de fazer escândalo por mostrar a homossexualidade dentro da Igreja: In the Name of… Por Rui Martins.

(Berlim, brpress) – A Berlinale, como é conhecido o Festival de Cinema de Berlim, está colocando lenha da fogueira da Igreja. Filmes polêmicos questionando os dogmas do catoliscismo parecem disputar manchetes com a renúncia do Papa Bento XVI. Depois de o sucesso de A Religiosa, mostrando assédio sexual no convento,  vem justamente da Polônia, o país mais católico da Europa, o filme capaz de fazer escândalo por mostrar a homossexualidade dentro da Igreja: In the Name of…

    A corajosa realizadora, Malgoska Szumowska, conta ter se inspirado de uma notícia publicada há três anos num jornal, contando o assassinato de um padre por um jovem. Seu filme, explica ela, quer mostrar a solidão do padre e sua dificuldade em partilhar e mostrar o amor, esse instinto tão forte nos seres humanos. “Falei com diversos padres antes de escrever o roteiro do filme, e todos me confirmaram essa realidade “, diz ela.

Tema atual

    Porém, a cineasta polonesa não queria fazer um filme sobre o celibato, mas sobre a homossexualidade dentro da igreja, mesmo porque, diz ela, “as famílias pobres do interior da Polônia enviam seus filhos ao seminário, onde podem fazer seus estudos, ter uma vida garantida e desfrutar de uma posição social”. Muitos jovens descobrem sua homossexualidade no seminário.

    “Talvez meu filme provoque reações e seja considerado contrário à Igreja, mas minha intenção não era de fazer um filme ideológico e anticlerical”, afirmou em Berlim. “E sim da atualidade de se tratar da homossexualismo dentro da Igreja polonesa”, explica Malgoska, que faz questão de frisar para não se confundir pedofilia com homossexualismo.

    O filme conta a história do padre Adam (Andrizej Chyra), encarregado de um centro de jovens e adolescentes violentos e alguns deficientes. É ali que Adam sente uma atração por um dos jovens, à qual cede no final.

Apoio oficial

    Sobre o financiamento do filme, Malgoska conta ter recebido o apoio do órgão polonês de cinema, “afinal a Polônia é hoje uma país democrático”, afirma. “Talvez tivesse problemas se eu tivesse recorrido ao financiamento privado”, reconhece.

    Para a diretora, embora afirme não querer participar de um debate, a Igreja polonesa, intolerante, insiste em ficar fora da sociedade moderna. “Não tenho receio das reações da Igreja e do público conservador e imagino mesmo o tratamento político que será dado ao filme”, conclui.

(Rui Martins/Especial para brpress)

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