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Tom Hardy é Mad Max: ele tenta mas não convence. Foto: DivulgaçãoTom Hardy é Mad Max: ele tenta mas não convence. Foto: Divulgação

Novo Mad Max? Pegue a primeira saída

Toda a expectativa de quase 40 anos gerada pelo reboot Estrada da Fúria se perdeu em intermináveis perseguições. Por Juliana Resende.

(brpress) – Toda a expectativa de quase 40 anos gerada pelo reboot de Mad Max (1979) se perdeu nas intermináveis sequências de perseguições entre veículos e motoristas extravagantes, com ultraviolentas pancadarias, que fazem de Estrada da Fúria um dos mais longos e tediosos longas dos últimos tempos – tempos estes de extrema idiotização dos filmes de ação.

A sensação, depois das quase duas horas de projeção em 3D, é de um tremendo vazio – apesar da opulência punk-western da produção assinada pelo pai da franquia, o diretor George Miller. O homem já demonstrou saber o que faz, mas o novo filme não traz nada da aura cult (além do carro V8) do primeiro Mad Max, que içou Mel Gibson ao estrelato e do qual Tom Hardy – o atual Mad Max – declarou-se fã.

Mas Hardy parece perdido no meio de um monte de trogloditas e da trupe de mulheres fugitivas com quem ele pega carona para escapar do reino de horrores do tirano Immortan Joe (que traz de volta o ator Hugh Keays-Byrne, que encarnou o antigo vilão da franquia Toecutter). Pena que o cão de Mad Max não retornou no reboot.

Inóspito

 Se o mundo de Mad Max é pós-apocalíptico e estéril, o mesmo pode se dizer do roteiro e da direção de Estrada da Fúria (o experiente Miller pisou na bola). Falta alma e emoção ao herói assombrado pelos pobres coitados que ele não conseguiu salvar quando policial. Agora, tudo que Max tem a fazer é tentar salvar sua própria pele. De quebra, ele dá uma força à Furiosa (Charlize Theron), a rainha motorizada, para lutar contra todo um exército de zumbis com contornos jihadistas – “testemunhe!”.

 Charlize, com sua personagem forte e bastante feminista, não chega aos pés do carisma da líder das antigas Aunty Entity (Tina Turner). Mas praticamente carrega o filme nas costas, roubando cena por cena do herói com sua androginia movida à graxa. Hardy parecia prever a desgraça ao declarar em agumas entrevistas que admitia sofrer de uma tremenda paranoia com medo de não superar o Max Rockatansky original no reboot. Paranoia mais que justificada. O ator inglês tem muitas qualidades e tem sido capaz de imprimir personalidade a personagens menores, como Eames, em A Origem, e Bane, em O Cavaleiro das Trevas Ressurge. Mas realmente seu Mad Max não convence.

Ruim e ponto

O resto do elenco é fraquíssimo. Nem mesmo as mulheres, que são a tônica da fúria na estrada do título, conseguem imprimir um lampejo de graça na poeira que a invejável frota de veículos envenenados em desfile no filme levanta. Nem mesmo as sequências com motos acrobáticas superbem coreografadas salvam o novo Mad Max. Tomara que a Estrada da Fúria não leve a outras bifurcações. O caminho começou errado e será difícil encontrar um retorno para a redenção.

(Juliana Resende/brpress)

Assista ao trailer de Mad Max: Estada da Fúria:

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Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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