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Silvio Almeida na Portela, após sair na Vai Vai. Foto: RioturSilvio Almeida na Portela, após sair na Vai Vai. Foto: Riotur

Ministro conecta denúncias na Vai Vai e Portela

Silvio Almeida, dos Direitos Humanos, desfila em escolas no Rio e São Paulo cujos enredos denunciam violência policial e racismo

(brpress) – Antes de o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, estrear na Sapucaí como o advogado negro abolicionista Luiz Gama, destaque do desfile da Portela, na segunda-feira (12/02) à noite, o dia foi de protesto contra a “demonização” de policiais no desfile da Vai Vai – escola de samba de São Paulo da qual o bisavô do ministro foi um dos fundadores e que também levou Almeida ao Sambódromo paulistano este ano. 

Segundo a direção da agremiação do Bexiga, “à luz da liberdade e ludicidade que o Carnaval permite”, não houve intenção de ofender a corporação porque trata-se de uma representação do álbum Sobrevivendo no Inferno, dos Racionais MCs. Integrantes do grupo, Mano Brown e KL Jay também participaram do desfile em homenagem aos 40 anos do surgimento da cultura hip hop, em São Paulo. 

Na escola paulistana, o ministro desfilou num carro com a estátua de Borba Gato pichada, com o motoboy Paulo Roberto da Silva Lima, que ateou fogo ao (horrendo) monumento, inaugurada em 1963 para homenagear o bandeirante diretamente ligado a perseguições, mortes e escravização de indígenas e negros durante o período colonial.

Mas foi a representação do batalhão de choque da PM com chifres e asas vermelho-alaranjadas que causou “extrema indignação” do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp).

Racismo, violência e desigualdade

“Sobrevivendo no Inferno colocou o rap no topo das paradas, vendendo mais de meio milhão de cópias. Racismo, miséria e desigualdade social são aqui expostos como uma grande ferida aberta, vide a música Diário de um Detento, inspirada na grande chacina do Carandiru”, diz a nota da Vai Vai.

“Vale ressaltar que, nesse recorte histórico da década de 1990, a segurança pública no estado de São Paulo era uma questão importante e latente, com índices altíssimos de mortalidade da população preta e periférica”.

“Além disso, é de conhecimento público que os precursores do movimento hip hop no Brasil eram marginalizados e tratados como vagabundos, sofrendo repressão e, sendo presos, muitas vezes, apenas por dançarem e adotarem um estilo de vestimenta considerado inadequado para a época”, argumenta a escola

Financiamento em xeque

A extrema direita reagiu nas redes sociais contra a Vai Vai e também a Portela – que convidou mães de filhos mortos pela polícia do Rio, para denunciar a violência policial e o racismo na avenida. Na esfera política, o deputado federal Capitão Augusto e a deputada estadual Dani Alonso, ambos do PL – mesmo partido de Jair Bolsonaro –, querem que a Vai-Vai fique sem verba pública em 2025 por “desrespeitar” a polícia. 

É o que os bolsonaristas pedem em ofício enviado ao governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e ao prefeito da cidade de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) – aliado de Bolsonaro e presença confirmada em manifestação convocada pelo ex-presidente para dia 25/02, na avenida Paulista. 

Falando em verba, um ex-presidente da agremiação, conhecido como Beto da Bela Vista, é investigado pela Polícia Civil de São Paulo por lavagem de dinheiro para a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). O corte de verba pública para as escolas de samba, no entanto, pode ser um tiro saindo pela culatra, assim como no caso do financiamento de campanhas políticas, dando espaço a dinheiro sujo. 

Marcado pela polêmica, o desfile da Vai Vai marcou também o retorno da escola ao Grupo Especial, ficando em oitavo lugar. No Rio, a Portela ficou em quinto lugar. 

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