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Catherine Clinch em A Menina Silenciosa. Foto: Breakout PicturesCatherine Clinch em A Menina Silenciosa. Foto: Breakout Pictures

A Menina Silenciosa: pérola irlandesa

Filme de Colm Bairéad mostra o porquê da indicação Oscar 2023 de Melhor Filme Estrangeiro e dos recordes de bilheteria. Por Juliana Resende.

(São Paulo, brpress) – Ainda dá para assistir ao encantador filme irlandês A Menina Silenciosa (The Quiet Girl/An Cailín Ciúin, 2022). É uma pérola delicada de Colm Bairéad, com roteiro dele, baseado no romance Foster, de Claire Keegan, que estreou antes no Natal em salas selecionadas de São Paulo, onde virou o ano ganhando ares de cult e mostrando o porquê de sua indicação ao Oscar 2023 de Melhor Filme Estrangeiro – a primeira da Irlanda, onde bateu recordes de bilheteria.

A história gira em torno de Cáit (a estreante Catherine Clinch), de nove anos, que vai passar um verão com um casal dadas as dificuldades da mãe grávida de mais um rebento – coisa comum na Irlanda rural dos anos 80, (bem) antes da legalização do aborto no país –, apesar da pobreza e disfuncionalidade da família. Em seu estreia como diretor, Colm Bairéad aposta nas raízes da cultura irlandesa, fortemente arraigada na natureza e no etnocentrismo de seu nacionalismo.

Fardo transformado

Entregue como um fardo na casa do casal Eibhlín (Carrie Crowley), prima distante de sua mãe, e Séan (Andrew Bennett), Cáit segue em silêncio, como que querendo ser invisível. Introspectiva, desconfiada e visivelmente mal-cuidada, a menina estranha a atenção e o carinho dispensado por Eibhlín (não estranhe os nomes irlandeses nem o gaélico falado no filme). 

Cáit passa a ter necessidades básicas atendidas, como comida, banho (com direito a troca de roupas), uma cama limpa, educação e afeto. Aos poucos vai baixando a guarda e se permitindo interagir com o casal. A recíproca é verdadeira por parte do marido da carinhosa Eibhlín. De início, ele se recusa a interagir com a menina (e depois saberemos o porquê). Porém, a relação dos dois ganha um bonito colorido de pai e filha com o passar dos dias.

Fotografia e música

A alegria e transformação de Cáit começa a mudar até o tom da fotografia delicada e cheia de significado de Kate McCullough. Seu mundo fica mais intenso e quente. E os pais postiços cada vez mais apaixonados pela candura da menina. Porém, nem tudo são flores. Há traumas, melancolia e a dolorosa e insuportável volta para “casa”. Tudo, no entanto, tem um tratamento poético e sensível, embalado pela música original de Stephen Rennicks (disponível no Spotify).

Prepare o lenço para mais essa belezura do cinema irlandês contemporâneo. 

(Juliana Resende, brpress)
$brpressconteudo #ameninasilenciosa

Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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