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Dilma Rousseff toma posse como presidente do Brasil em 01/01/2011.Evelyn Ruman/BR PressDilma Rousseff toma posse como presidente do Brasil em 01/01/2011.Evelyn Ruman/BR Press

Dilma e Fidel

(Londres, brpress) - Presidenta brasileira não fará nacionalizações. Em vez de querer que Brasil seja nova Cuba, quer que Cuba siga modelo do Brasil. Por Isaac Bigio.

Isaac Bigio*/Especial para brpress

(Londres, brpress) – Em primeiro de janeiro, quando a maior ilha do Caribe – Cuba – comemora o 52o. aniversário da revolução que engendrou a única economia não capitalista do Ocidente, no maior país latino-americano – Brasil – toma posse sua primeira presidenta que pertenceu a uma guerrilha castrista.

    Dilma Rousseff, que esteve presa em 1970-72, acusada de ser uma das líderes da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares, se converte na primeira presidente mulher em toda a história brasileira, após haver chegado ao governo por meio das urnas, e não das armas.

    Ela, assim como o presidente uruguaio Pepe Mujica, o vice-presidente boliviano Álvaro García e os partidos governantes da Nicarágua (FSLN) e El Salvador (FMLN), chega ao poder operando uma evolução inversa à que lhe inspirava o movimento guerrilheiro.

    Vazio

    Quando, ao final de 1958, uma série de greves e uma forte crise levaram à queda da corrupta ditadura cubana de Fulgêncio Batista, a relativamente pequena insurgência de Fidel tirou proveito do vazio gerado. Naquele momento, ele se proclamava anticomunista e favorável a estabelecer em sua ilha um sistema constitucional mais próximo ao dos EUA.

    No entanto, os Castro realizaram uma série de reformas e nacionalizações que os levaram a um confronto com Washington, convertendo-os em admiradores de Moscou e transformando seu original movimento democratizante em um partido comunista único, que acabou por impor uma economia estatizada e planificada.  

    Para fazer frente ao cerco dos EUA, Havana começou a promover focos dos dois lados do Atlântico. Che Guevara, inicialmente, foi combater no Congo, mas acabou sendo derrotado e morto na Bolívia.

    Militares

    O golpe de 1973, no Chile, mostrava a tendência destes anos de guerra fria, nos quais a Casa Branca não estava disposta a permitir que nenhum pais latino-americano se aproximasse muito do grande aliado do Kremlin no hemisfério.

    Quando, em 1979, a guerrilha sandinista triunfou na Nicarágua, os Castro pediram a Ortega que não emulassem seu sistema e que, antes disso, aceitassem o mercado e o multipartidarismo.

    Quando em 1989-91 o bloco soviético se desintegra e os sandinistas perdem as eleições, o governo de Havana fica muito isolado. Para enfrentar esta situação, os Castro se aproximam da União Européia, fazem mais concessões ao mercado e pressionam para que a esquerda latino-americana se oriente no sentido de se tornar governo pelas vias constitucionais.

Neo-liberalismo

    Em toda parte, os Castro pedem que a antiga guerrilha se integre ao sistema, mas na Colômbia não obtêm sucesso. O modelo a seguir seria o da Venezuela, Bolívia e Equador, no qual caudilhos  nacionalistas buscam reformas frente ao que denominam  “neo-liberalismo”, mas mantendo e incentivando o mercado.

Ex-guerrilheiros castristas, como Dilma e Pepe, se tornaram mais “moderados” que os mandatários da Aliança Bolivariana para as Américas (ALBA), adotando uma linha política de corte social-democrata.

Em relação a Dilma, quanto mais se procura mostrar seu passado ateu e subversivo, mais ela se diz católica, “a favor da vida” (contra a legalização do aborto) e contra o casamento gay.

Dilma não fará nacionalizações tipo ALBA. Em vez de querer que o Brasil seja uma nova Cuba, quer que Cuba e a ALBA sigam o modelo do Brasil. Sua estratégia será dar continuidade à “era Lula”: fazer com que seu pais seja uma ponte entre os que promovem a livre empresa e o populismo de esquerda.

(*) Analista de política internacional, Isaac Bigio vive em Londres, onde lecionou na London School of Economics, e também assina coluna no jornal peruano Diario Correo. Fale com ele pelo e-mail [email protected] ou pelo Blog do Leitor. Tradução: Angélica Resende/brpress.

Isaac Bigio

Isaac Bigio vive em Londres e é pós-graduado em História e Política Econômica, Ensino Político e Administração Pública na América Latina pela London School of Economics . Tradução de Angélica Campos/brpress.

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