

Viradouro ganha com Ganhadeiras de Itapuã
(Rio de Janeiro, brpress) - Escola aposta no empoderamento feminino, homenageando as lavadeiras descendentes de escravas, com ritmistas mulheres que se estenderam até a Ala da Força, que empurra alegorias.
(Rio de Janeiro, brpress) – As Ganhadeiras de Itapuã, grupo musical de lavadeiras baianas descendentes de escravos, deram à escola de samba Unidos do Viradouro o troféu de campeã do Carnaval 2020 do Rio de Janeiro.
O enredo, inspirado nas cantigas das ganhadeiras, fala da história destas mulheres consideradas as primeiras feminista do Brasil. Por isso, a Viradouro – escola que fez história sob o comando do carnavalesco Jõaosinho Trinta (1933-2011) – levantou a bandeira do empoderamento feminino.
Na bateria e na Ala de Força
Todo o último setor da Viradouro foi exclusivamente feminino: destaques a componentes de alas, diretores de ala e de harmonia até a Ala da Força – funcionários que empurram as alegorias. As ritmistas tiveram fantasia diferente das dos homens da bateria.
O nome Ganadeiras vem do fato de que, quando o grupo conseguia algum dinheiro, comprava a alforria de escravos da região. Essas mulheres faziam trabalhos manuais e vendiam cestos de palha, colares e adereços, como as chamadas joias de crioula – adornos geralmente de prata usados por africanas. Muitas ganhadeiras tinham mais de um marido.
Musicalidade
Da musicalidade das Ganhadeiras de Itapuã, que cantam à beira da Lagoa do Abaeté, nasceu o samba de mar aberto, que mescla características com as cirandas nordestina.
Além da musicalidade do grupo, a Viradouro também retratou a religiosidade delas, conforme revelam os carnavalescos Tarcísio Zanon e Marcus Ferreira. Eles são casados há cinco anos e trabalharam em dupla pela primeira vez na Viradouro.
O grupo de encerramento do destile se chamou “Lute como uma Mulher!” e levou mulheres negras ligadas à pauta feminista à Sapucaí.
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