Delírio no Hotel Budapeste
(Berlim, brpress) - O Grande Hotel Budapeste, estrelado por Ralph Fiennes, reúne elenco estelar para mostrar bastidores de concierge. Por Rui Martins.
(Berlim, brpress) – O Grande Hotel Budapeste, filme de abertura do Festival de Berlim, é um verdadeiro delírio do diretor Wes Anderson. O concierge ( mais precisamente o gerente) Gustav, vivido pelo ator Ralph Fiennes, conhece e adivinha os desejos de seus hóspedes, todos ricos, num país imaginário dos anos 30.
Toda decoração do hotel é fiel à época. A excentricidade do diretor de Os Excêntricos Tenebaums não estaria completa sem o fiel servidor de Gustav, Zero Mustafá, interpretado pelo americano Tony Revolori, no papel de um aprendiz indiano.
Alguns hóspedes dão uma atenção especial a Gustav e uma delas, já idosa, surpreende seus herdeiros ao legar a Gustav uma rara tela renascentista, de valor incalculável. Mas nem tudo são flores para o gerente. Ele é acusado de ter matado a velha milionária e obrigado a trocar o hotel por uma prisão – até a fuga.
Décadence avec élégance
Essa e outras peripécias são contadas pelo próprio Gustav, já velho, quando o hotel havia perdido sua clientela milionária, vivia às moscas, e pertencia ao Estado comunista. É constante a presença de militares numa alusão à ascenção, nos anos 30, do nazismo na Alemanha com sua polícia SS e a suástica assim como à proximidade da Guerra.
Mas tudo isso é visto por um texano, como Wes Anderson, que não se esquece de, no lugar de perseguições por carros, usar moto e trenó na neve. Em síntese, tudo dentro de uma receita própria – muita loucura, personagens excêntricos e uma história com lances enigmáticos.
Ao fim do filme, a citação do nome do escritor austríaco Stefan Zweig por ter sido o inspirador. Ele é conhecido entre os brasileiros pela célebre frase “O Brasil é o país do futuro”. Zweig suicidou-se em Petrópolis (RJ), em 1942, ainda durante a Segunda Guerra.
(Rui Martins/Especial para brpress)
Assista ao trailer (em inglês) de O Grande Hotel Budapeste: