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Jake Gylenhaal e Michael Peña em cena de Marcados para Morrer. Foto: DivulgaçãoJake Gylenhaal e Michael Peña em cena de Marcados para Morrer. Foto: Divulgação

‘LAPD! Ablas inglés, cabrón?’

(São Paulo, brpress) - Marcados para Morrer mostra por que liderou bilheteria com policiais numa Los Angeles hiperhispânica e 'gangsta'. Por Juliana Resende.

(brpress) – Estreia nesta sexta (26/10) Marcados Para Morrer (End of Watch, 2012). O filme traz o ator Michael Peña, talento hispânico que vai conquistando seu lugar em Hollywood, agora que contracena com Jake Gylenhaal neste policial contemporâneo de linguagem ágil e verdadeira – quase documental –, sobre a vida de dois jovens e dedicados tiras patrulhando os “barrios” de South Central Los Angeles. É a LA das gangues  de volta às telas – sim, como no Rio, criminosos continuam no comando.

    David Ayer (Dia de Treinamento) escreveu e dirigiu End of Watch como uma experiência que simula a técnica de documentário – gênero que encontra no filme a metaliguagem,com o policial Brian Taylor (Gylenhaal) filmando tudo que vê para um trabalho documental que incomoda muita gente (principalmente os chefes). Mas o longa mescla bem entretenimento, com o bonito e divertido relacionamento dos parceiros, cheio de clichês da camaradagem masculina, ao mesmo tempo que escancara a dura realidade da pobreza, violência e virulência das gangues que dominam vizinhanças hispânicas e negras de LA.

Ecossistema viciado

    End of Watch denuncia também a vulnerabilidade das classes menos favorecidas no capitalismo. Nessa roda viva girando conforme a sorte determina quem tomba nos tiroteiros, tiras e gangsters se retroalimentam num ecossistema viciado – ser bandido ou tira porque não estudou, tendo de ganhar a vida de um lado ou de outro, numa realidade ainda mais degradada do que quando reinavam os Bloods & Creeps, nos tempos dos hinos gangsta Cop Killer e Colors – música-tema do emblemático filme homônimo (1988), com Sean Penn e Robert Duval como os policiais imersos no mundo das gangues.

    Não como em Tropa de Elite,  onde os tiras são tão sanguinolentos quanto os gângsteres, esses bons moços americanos são uma metáfora dos nem tão novos EUA, com a cultura e o dialeto hispânicos cada vez mais dominantes na Califórnia – um Rio de Janeiro muito melhorado mas também contaminado por uma criminalidade endêmica. Mike Zavala (Peña) já chuta as portas das casas suspeitas gritando em espanhol – é a língua oficial da periferia dividida de LA, a mesma que deu ao mundo Rodney King.

Química

   Brian e Mike, contraste heróico no corrompido e viciado LAPD (Los Angeles Police Department), são jurados de morte depois de se exporem um tanto aos membros de uma gangue. E terão seu troco, por exercerem seu trabalho de forma digna até ingênua.  O roteiro não tem nada de mais, mas a linguagem e a trilha do filme, com nove faixas do compositor David Sardy e três de Public Enemy, The Delfonics e The Latin Rascals, são especiais (nada que tenha a vida própria de Colors) e valem o ingresso, assim como a química entre os parceiros (que tem um quê de CHiPs, explorando o choque cultural entre o branco Jon Baker e o chicano Francis ‘Ponch’ Poncherello).

    End of Watch é um filme de baixo orçamento que fez ótima bilheteria nos EUA. No fim de semana de estreia, no final de setembro, liderou as bilheterias ao faturar US$ 13,2 milhões. Estreou em 2.730 cinemas e fez uma média de  US$ 4,7 mil por sala. Tão honesto e bom quando os personagens e os protagonistas, tem estreia prevista no Brasil em 02/11 e desempenho igualmente promissor.

(Juliana Resende/brpress)

    Assista ao trailer legendado de Marcados para Morrer (End of Watch), em inglês:

https://www.youtube.com/watch?v=UUWd2b5MxOoRTGgnmlsgI7og

Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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