Michael Moore pergunta aos EUA: onde será a próxima invasão?

(Berlim, brpress) - EUA verão no Natal estreia de novo filme Where to Invade Next; nós veremos na Berlinale. Veja trailer aqui e ainda a campanha do cineasta We Are All Muslim contra Donald Trump. Por Rui Martins.

(Berlim, brpress) – O maior crítico e inimigo da estrutura político-militar americana, o cineasta, documentarista e escritor Michael Moore, estará em fevereiro no Festival de Cinema de Berlim, com seu novo filme Where to Invade Next (“Onde Será a Próxima Invasão”, em tradução livre), já exibido no Festival de Toronto e com estreia nos EUA na véspera do Natal.
   
    Desta vez, o sistema americano quer limitar a penetração do filme entre os jovens, classificando-o como permitido apenas a maiores de 17 anos, alegando algumas cenas de drogas e uns nus naturistas, na verdade criando uma nova categoria: a da “pornografia política”.

Prontos pra outra?

    Para Michael Moore, os EUA são um país belicoso em permanente estado de guerra, principal responsável pela situação atual no Oriente Médio, decorrente da invasão do Iraque, justificada com mentiras. Natural, por isso, se esperar uma nova invasão para alimentar a indústria armamentista americana e se apropriar de alguma riqueza.

    Entretanto, o objetivo desta nova invasão não seria para se apossar do petróleo de algum país, porém – e aqui entra a ironia do provocador Moore –  das ideias e soluções político-sociais encontradas por outros países e superiores às aplicadas pelo liberalismo capitalista dentro dos Estados Unidos.

Melhor dos melhores

    Entre elas estão o sistema de saúde e previdenciário dos alemães; a política de legalização de certas drogas pelos portugueses; o comportamento natural de muitos europeus com relação aos seus corpos nos campos naturistas de nudismo; as merendas escolares nas escolas francesas; as longas férias concedidas aos operários italianos; o melhor sistema educacional dos finlandeses; e a maneira como foram processados e presos os banqueiros islandeses envolvidos na falência do país.

    Por que não roubar tudo isso desses países e fincar uma bandeirinha americana no lugar? O sucesso de Where to Invade Next vai depender da dose de humor aplicada por Michael Moore, já premiado com a Palma de Ouro em Cannes e com o Oscar nos Estados.
Seus filmes mais conhecidos são Tiros em Columbine e Fahrenheit 9/11.
   
(Rui Martins*/Especial para brpress)

(*) Rui Martins fará a cobertura do 66o. Festival Internacional de Cinema de Berlim , de 10 a 21 de fevereiro de 2016.

BOX – Somos todos muçulmanos

(brpress) – Michael Moore lança seu novo filme, Where to Invade Next, enquanto colhe assinaturas para sua campanha We Are All Muslim.

    Trata-se de uma reação à declaração e plataforma de campanha do candidato ao governo dos EUA Donald Trump de que, se eleito, todos os muçulmanos serão proibidos de entrar no país.

Leia a carta da campanha We Are All Muslim de Michael Moore a Donald Trump:

    Num ato de desespero e loucura, você clama pela proibição da entrada de todos os muçulmanos neste país. Fui criado para acreditar que todos nós somos irmãos e irmãs uns dos outros, independentemente de raça, credo ou cor. Isso significa que, se você quiser proibir muçulmanos, vai ter que primeiro me proibir. E todos os outros.

    Somos todos muçulmanos.

    Assim como todos nós somos mexicanos, somos todos católicos e judeus, brancos, negros e todos os tons. Somos todos filhos de Deus (ou da natureza ou do que quer que você acredite), parte da família humana, e nada que você diga ou faça pode mudar esse fato. Se você não gosta de viver sob essas regras americanas, então você precisa ir para a sala de descanso em qualquer uma de suas torres, sentar lá e pensar sobre o que você disse.

Assinado
Todo mundo

Assista ao trailer de Where to Invade Next (em inglês):