Acesse nosso conteúdo

Populate the side area with widgets, images, and more. Easily add social icons linking to your social media pages and make sure that they are always just one click away.

@2016 brpress, Todos os direitos reservados.

Batman vs Superman: A Origem da Justiça: briga da galos bem coreografada. Foto: DivulgaçãoBatman vs Superman: A Origem da Justiça: briga da galos bem coreografada. Foto: Divulgação

Nem Batman, nem Superman

(brpress) - Nova Mulher Maravilha é o elemento surpresa que tira do sério a briga de galos bem coreografada em Batman vs. Superman: A Origem da Justiça. Por Juliana Resende.

brpress) – Zack Snyder não precisa mais provar que sabe, como poucos (Bryan Singer incluído), fazer filmes sobre super-heróis. O cabra é bom, entende de montagem como quase nenhum diretor de cinema de sua geração, joga bem com o timing, calibra efeitos especiais e música, etc. O problema é que falta-lhe a sobriedade de um Christopher Nolan (Batman Begins, 2005, Batman – O Cavaleiro das Trevas, 2008, e Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge, 2012) – que é produtor-executivo de Batman vs. Superman: A Origem da Justiça. O filme passa da conta no quesito papagaiada e só retoma o mojo com a chegada do elemento surpresa: a nova Mulher Maravilha (divando na pele da israelense Gal Gador).

    Justiça seja feita: o filme, um dos mais aguardados de 2016 estreando mundialmente nesta Páscoa, é um tremendo entretenimento – chegou até a arrancar aplausos dos jornalistas (leia-se um bando de nerds) na abarrotada sessão para a imprensa em São Paulo. Só que, a uma certa altura, quando tudo vai densamente bem, misturando ficção, política, filosofia, jornalismo, psicologia, tecnologia, teologia e muita pancadaria, a continuação de O Home de Aço (2013) descamba para mais uma alegoria enfadonha do bem contra o mal.

Não se fazem mais vilões como…

    A coisa desanda bastante com o caricato e ‘xóvem’ Lex Luthor de Jesse Eisenberg: chatinho, palhacento e verborrágico demais em comparação ao psicótico (e assustador) vilão vivido por Kevin Spacey em Superman – O Retorno (2006). Mais tediosa ainda é a criatura monstra, exagerada e bestial, colocada no mundo para detonar a humanidade e quem aparecer para defendê-la por esse dublê de Lex e Zuckerberg (não dá pra desassociar Eisenberg de sua interpretação em A Rede Social, que acabou tornando o inventor do Facebook mais carismático do que ele próprio o é na vida real). 

    O rancor de Batman cai bem a Ben Affleck, já meio coroa para o papel de super qualquer coisa. É verdade, Affleck não tem a densidade e insanidade de Christian Bale. Mas o galã até que defende corajosamente um Homem Morcego cada vez mais sombrio, híbrido de máquina e humano, descendente assumido do perturbado Bruce Wayne de O Cavaleiro das Trevas (do godfather Frank Miller que tirou de Batman a inocência).  Por outro lado, ninguém tira a coroa de Affleck metido naquela roupa de vinil vermelha, em Demolidor – O Homem Sem Medo (2003).

    Henry Cavill, por sua vez, continua perfeito como Superman/Clark Kent. Nasceu para isso e, após superar o e(terno) Christopher Reeve, nunca mais deve se livrar do papel. Repórter medíocre no Planeta Diário, ele se redime como bom moço e um romântico inveterado, vidrado na intrépida Lois ‘não sou uma mulher, sou uma jornalista’ Lane (Amy Adams) – personagem feminina que, aliás, não tem metade do sex appeal da Mulher Maravilha. Lois é que deveria se preocupar e perguntar se a longilínea heroína está com Batman – uma das passagens mais hilariantes do filme, depois de Martha Kent, a mãe do Superman (Diane Lane), ser salva por Batman e dizer que sabe que o Morcegão é da tchurma do filho “por causa da capa”. 

    Outros atores veteranos que dão um pequeno show à parte, em meio à pirotecnia e maniqueísmo de A Origem da Justiça, são Jeremy Irons, como Alfred, e Holly Hunter (sempre ótima) como a Senadora Finch – que, pelo grau de veneno que destila, deveria ganhar um filme só seu, ao invés da Mulher Maravilha, apesar dos encantos (e segredos) com contornos feministas de Diana Prince, aguardada em 2017, também sob a direção de Zack Snyder (uma bobagem, a julgar pelo trailer).
   
    A equipe técnica Batman vs Superman:  A Origem da Justiça, diga-se, é da pesada:  o  diretor de fotografia Larry Fong (300, Watchmen – O Filme) e o designer de produção Patrick Tatopoulos (“300: A Ascensão do Império”), o editor David Brenner, o figurinista Michael Wilkinson e o supervisor de efeitos especiais John “DJ” DesJardin. A trilha sonora – magnífica – é do compositor vencedor do Oscar Hans Zimmer e Junkie XL. O Spotify quis faturar em cima do embate entre os super-heróis e criou playlists de Batman e Superman. Divirta-se.

(Juliana Resende/brpress)

Assista ao trailer de Batman vs Superman: A Origem da Justiça:

https://www.youtube.com/watch?v=Eli94ye_rHw

Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

Cadastre-se para comentar e ganhe 6 dias de acesso grátis!
CADASTRAR
Translate