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Índia: bloqueio coloca pobres sem comida e saúde

(Nova York, brpress*) - “Esforços intensificados para impedir disseminação do coronavírus precisam incluir proteções de direitos", diz Human Rights Watch, ONG da qual reproduzimos este artigo.

(Nova York, brpress*) – A Índia, segundo país mais populoso do mundo, com 1 bilhão e 300 mil habitantes adotou o chamado “lockdown”, fechamento de praticamente todo o comércio por três semanas. Embora necessário para conter a pandemia, a paralização está colocando milhões de pessoas desempregadas e deixou muitas famílias lutando para ter o que comer.

Com mais de 80% da força de trabalho da Índia empregada no setor informal e um terço trabalhando como trabalhadores ocasionais e/ou na chamada gig economy (de serviços de aplicativos de transporte e entregas), é crucial que as autoridades usem o máximo de recursos disponíveis para garantir alguma renda e prestação de serviços para estes trabalhadores.

Em Uttar Pradesh, Delhi, Telangana e Tamil Nadu, profissionais de saúde e funcionários de companhias aéreas enfrentaram discriminação de seus vizinhos e os proprietários ameaçaram despejá-los, temendo que possam ser portadores do COVID-19. 

Cidade Máxima quieta

No primeiro dia da paralisação nacional de 21 dias de quase todos os serviços, as ruas de Mumbai, a maior metrópole da Índia e uma das maiores do mundo – geralmente tão movimentada que é conhecida como Cidade Máxima – ficaram em silêncio. Um pouco como São Paulo, que está em quarentena oficial desde 24 de março.

Foi quando o governo indiano também anunciou um bloqueio nacional de três semanas para conter a propagação do coronavírus no país. O bloqueio já afetou desproporcionalmente as comunidades marginalizadas devido à perda de meios de subsistência e falta de comida, abrigo, saúde e outras necessidades básicas. 

O cenário é de crise humanitária e está sendo reportado por jornais como o New York Times e The Guardian.

Milhares de sem-teto

O fechamento geral das fronteiras do país causou interrupções no fornecimento de bens essenciais, levando à inflação e ao medo de escassez. “Milhares de pessoas sem-teto precisam de proteção”, ressalta Meenakshi Ganguly, diretora da ONG internacional Human Rights Watch, baseada no sul da Ásia. “As ações da polícia para punir as violações de ordens ide contenção resultaram em abusos contra pessoas necessitadas”, diz ela.

Em 26 de março, o governo central anunciou um pacote de alívio de 1,7 trilhão de rúpias (US$ 22,5 bilhões) para fornecer alimentos e transferências de dinheiro gratuitos para as populações pobres e vulneráveis, e seguro de saúde para os profissionais de saúde, entre outras coisas. 

Polícia que bate

“A responsabilidade do governo indiano de proteger seu povo do surto não deve custar violações de direitos humanos”, adverte a Human Rights Watch. Em Bengala Ocidental, a polícia supostamente espancou até a morte um homem de 32 anos, depois que ele saiu de casa para pegar leite. 

A polícia tem como alvo trabalhadores assalariados diários, como vendedores de frutas e legumes, vendedores de leite, riquixás e motoristas de táxi e outros que entregam bens essenciais.

Policiais de vários estados, incluindo Punjab, Rajastão, Haryana, Uttar Pradesh, Maharashtra e Andhra Pradesh, puniram arbitrariamente pessoas ou as envergonhou publicamente, forçando-as a segurar cartazes dizendo: “Sou inimigo da sociedade porque não vou ficar em casa.”

(*) Com informações da Human Rights Watch

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