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Cena de Frances Ha: as garotas só querem se divertir. Foto: DivulgaçãoCena de Frances Ha: as garotas só querem se divertir. Foto: Divulgação

Frances Ha só quer se divertir

Preto e branco do filme de Noah Baumbach não se sobrepõem ao astral colorido da personagem-título. Por Juliana Resende.

(brpress) – Frances Ha, em cartaz no Brasil a partir desta sexta (23/08), pode incomodar com o pretume e a escuridão na tela. O filme de Noah Baumbach, o mesmo diretor de A Lula e a Baleia, é em preto e branco (bem mais preto que branco). Mas o tom cinzento da película não se sobrepõe ao alto astral da desconjuntada personagem-título.

Frances Ha é uma garota que só quer se divertir (Cyndi Lauper realmente sabia das coisas) – mas sempre aumentando um ponto no seu conto. Ela muda de casa em casa, quarto em quarto, sempre dura. Vai a Paris na loucura e à beira da falência, mas, em vez de se deprimir numa levada existencialista, ó céus, ó vida, encara as dificuldades na boa e mente um bocado para chefes e gentes bem-sucedidas, clube no qual quem circula são os outros.

Produtores brasileiros

 Clube este, aliás, em que produtores brasileiros entram como parceiros de Baumbach: Rodrigo Teixeira, da RT Features, os irmãos Caio e Fábio Gullane, da Gullane Filmes,  e Fábio Golombek. Essa turma está mostrando a que veio, agora no cenário internacional, assinando um filme simples e independente, mas que é um sucesso do verão americano e britânico,

Frances Handley vai sobrevivendo despretenciosa e alegremente (e esta é a graça do filme). Ou melhor: ela tenta o triunfo ainda que de maneira casual e debochada, numa Nova York yuppie e implacável. Para tanto, a moça-filme (Greta Gerwig, namorada do diretor na vida real) conta com a cumplicidade de  Sophie (Mickey Sumner, filha de Sting), uma melhor-amiga-que-todo-mundo-pensa-ser-a-outra-metade-de-um-casal-de-lésbicas.

 Sophie é mais inteligente, mais chique, mais descolada e mais amansebada (tem namorado, coisa rara para Frances, “undatable”, “não ficável/pegável”). Frances é apenas uma californiana com pendores de Pollyanna, que dá suas piruetas (ela é bailarina de moderno, mas o filme mostra pouca dança, não se deixe enganar, Billy Elliot passou longe).

Identificação

  Numa certa altura, algumas mulheres da plateia vão começar a se ver em Frances, com seu irremediável deslocamento financeiro, intelectual e social em meio à sofisticação e a nobilis fauna de New York, New York.  Não, nem pense em Sex and the City – embora Sophie tenha uma carreira promissora no ramo editorial (de livros – não imprensa, símbolo de pobreza franciscana desde o advento da internet).

Frances Ha entretém, apesar de ser americano demais (até os desajustados seguem um padrão de comportamento na busca de seus sonhos de fama, realização e alguma vida sexual). “Orray, sexy!” é como ela aprende a chamar as amigas e quem mais aparecer, com ar de pseudoliberada, quando o que se vê na tela é uma menina dançando para não dançar.

Um filme simpático, portanto, à causa de jovens mortais na casa dos vinte e tantos, que, destemidas, tornam as metrópoles do século 21 menos entediantes e acabam correndo como Lolas de casamentos. Boa vitrine para duas atrizes da nova geração – Greta Gerwig e Mickey Summer, moças ricas e bem nascidas na vida real –, como mostra esta matéria da NY Mag.

Ah! E a trilha ainda tem Modern Love, de David Bowie, superbem colocada,

(Juliana Resende/brpress)

Assista ao trailer de Frances Ha:

Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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