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Perigo na Copa da África

São Paulo, brpress) - Estou voltando da África do Sul. A sensação é de preocupação e decepção com a violência pós-Apartheid. Fiquei a maior parte do tempo na Cidade do Cabo e um dia em Johanesburgo. Por Márcio Bernardes.

Márcio Bernardes*/Especial para brpress

(São Paulo, brpress) – Estou voltando da África do Sul. A sensação é de preocupação e decepção. Fiquei a maior parte do tempo na Cidade do Cabo e um dia em Johanesburgo. O local do sorteio do Mundial é lindo. Dentro das devidas proporções, lembra a beleza natural do Rio de Janeiro. É possivelmente a cidade com o maior número de brancos da África, mas espalha medo nos seus moradores e consequentemente nos turistas.

Mesmo sendo o mais importante centro turístico do país, tudo fecha muito cedo, por volta das sete da noite. Até os shoppings não ultrapassam esse horário. Andar nas ruas é arriscar-se muito. Apenas o Waterfront, região com lojas, bares e restaurantes perto do cais, reformada recentemente pelo governo, tem uma vida noturna que não ultrapassa as nove da noite.

Em Johanesburgo, a coisa é pior. O congestionamento do trânsito começa às quatro da tarde, porque todo mundo está voltando para casa. A área de Sandtown é a melhor da capital, mas tudo fecha no máximo às nove da noite.

Andar a pé pelo centro e por quase toda a cidade é um perigo indiscutível. O transporte público é caótico. Não há metrô, ônibus regulares e muitos taxistas são clandestinos. Parar um táxi no meio da rua é arriscar-se consideravelmente.

Racismo

O mais grave de tudo é que, apesar da democracia e do fim do Apartheid, o preconceito racial existe.

Fico imaginando os turistas que irão à Copa presos nos hotéis para não correr riscos. Vai ser uma loucura! E aqueles que ficarão em bares e restaurantes um pouco além do tempo podem ter lembranças “inesquecíveis” quando estiverem caminhando nas ruas.

Desculpa esfarrapada

Ouvi de alguns brasileiros, que estão na África trabalhando com atividades em torno do Mundial, que para nós tudo isso não é novidade. Alguns deles afirmam que São Paulo é perigosíssima e o Rio tem balas perdidas a todo momento.

Mas como? No Brasil sabemos que a violência está concentrada principalmente nas periferias, no caso de São Paulo, e nos morros do Rio de Janeiro. E depois, aqui falo a minha língua e conheço os lugares. Fora daqui gosto de usar o ditado de que “boi em terra estranha é vaca”.

Lamento ter de trazer essa constatação. Até porque os africanos com quem convivi são muito parecidos com os brasileiros: simpáticos, alegres, atenciosos e muito educados. O problema é que esses são a imensa minoria.

(*) Márcio Bernardes é âncora da Rede Transamérica de Rádio, professor universitário e colunista da brpress. Fale com ele pelo e-mail [email protected] ou pelo Blog do Leitor.

Márcio Bernardes

Comentarista veterano de esportes, com diversas Copas e Olimpíadas no currículo, Márcio Bernardes é âncora da Rede Transamérica de Rádio e sua coluna foi licenciada pela brpress ao Yahoo Brasil.

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