

Começa maior teste do PrEP no Reino Unido
(Londres, brpress) - Clínica Dean Street, a maior na Europa para tratamento de DSTs, reduziu em 40%, pelo segundo ano consecutivo, infecções pelo vírus, utilizando a Profilaxia Pré-Exposição e ART (Terapia Antiretroviral).
(Londres, brpress) – Começou este mês o uso monitorado do PrEP (Profilaxia Pré-Exposição) no sistema público de saúde da Inglaterra, o National Health Service (NHS). O PrEP será utilizado por 10 mil pacientes HIV negativos, sendo homens que fazem sexo com homens e parceiros HIV negativos de casais soro-discordantes (de ambos os sexos). Será o maior e mais longo teste com o PrEP conduzido até hoje no mundo.
Em Londres, a clínica Dean Street, a maior na Europa para tratamento de DSTs, reduziu em 40%, pelo segundo ano consecutivo, as infecções de HIV, utilizando o PrEP e ART (Terapia Antiretroviral) com intenso monitoramento dos pacientes (um em cada nove portadores do HIV no Reino Unido tratam na Dean Street).
Foram 679 diagnósticos em 2015, 393 em 2016 e este ano, até julho, foram contabilizados 233 novos casos. A meta é chegar ao final de 2017 abaixo de 2016. A clínica Dean Street, situada no Soho (bairro boêmio e o maior reduto gay do Reino Unido) e integrada ao Chelsea and Westminster Hospital, mantido pelo NHS, está entre as primeiras de Londres que vão oferecer o PrEP no novo teste.
‘Fim do HIV’
Animado com os resultados do pré-teste do PrEP conduzido com 1000 homens que fazem sexo com homens na clínica (PROUD), que cortou em 86% a contaminação de parceiros negativos em relações sem camisinha, o médico-chefe da Dean Street, Alan McOwan, anunciou o Zero Plan, programa que pretende zerar a taxa de transmissão do HIV.
“Finalmente temos as ferramentas para acabar com o HIV”, disse McOwan ao Evening Standard. “Vamos eliminar o HIV se continuarmos agindo juntos”. O site/campanha IWantPrEPNow, fundado pelo pioneiro no uso do PrEP, Greg Owen, em 2015, é um dos principias canais de informação e atualização sobre o PrEP, que deve chegar mais amplamente a todo o NHS (o SUS britânico) até abril de 2018.
Atualmente, só Escócia e País de Gales distribuem a medicação gratuitamente (na Irlanda do Norte não há distribuição pelo NHS). Na Inglaterra, ONGs criticaram a distribuição inicial a somente 10 mil pessoas. O teste será realizado por três anos a um custo total de 10 milhões de libras (cerca de R$ 50 milhões).
O documentário PrEP17, sobre o uso do PrEP durante o teste PROUD PrEP, foi realizado pelo cineasta Nicholas Feustel, que acompanhou pacientes, ativistas e profissionais de saúde envolvidos. É o primeiro registro panorâmico do tratamento e seus efeitos.
No Brasil
Segundo a imprensa brasileira, o PrEP deve ser distribuído no SUS ainda este ano e, este mês, um estudo sobre o medicamento foi publicado no site do PrEP Brasil. Será o primeiro país da América Latina a realizar a distribuição gratuita do PrEP, que terá investimento inicial de US$ 1,9 milhão para a compra do medicamento.
No Brasil, o PrEP será destinado, em um no primeiro, momento a 7 mil pessoas que fazem parte das populações-chaves em 12 estados brasileiros. O Ministério da Saúde afirma que essa medida deverá aumentar conforme a demanda. “O Brasil, mais uma vez, sai como um dos pioneiros na prevenção e tratamento do HIV”, afirmou o ministro Ricardo Barros, durante entrevista coletiva.
Na África
O maior teste com PrEP injetável vai acontecer entre mulheres sexualmente ativas em países da África Subsaariana, com alto risco de infeção pelo HIV. Os pesquisadores que estão conduzindo o estudo, coordenado pelo National Institute of Allergy and Infectious Diseases (NIAID), um dos 27 institutos do National Institutes of Health (NIH), que é parte do Department of Health and Human Services (HHS), agência do governo dos EUA, buscam 3.200 voluntárias, de idades entre 18 e 45 anos. A verba para o estudo vem de um parceria público-privada entre o NIAID, a Fundação Bill e Melinda Gates e o laboratório ViiV, especializado em tratamentos para o HIV.
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