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Alejandro González Iñárritu apresenta Bardo no London Film Festival 2022. Foto: Lia Toby/Getty Images for BFI.Alejandro González Iñárritu apresenta Bardo no London Film Festival 2022. Foto: Lia Toby/Getty Images for BFI.

Iñárritu flerta com realismo fantástico em Bardo

Diretor mexicano Alejandro González Iñárritu apresenta Bardo, Falsa Crônica de Algumas Verdades no 66o. London Film Festival.

(Londres, brpress) – Bardo remete a Shakespeare. E foi na terra do poeta, ator e dramaturgo, que a reportagem da brpress assistiu ao novo filme do mexicano Alejandro González Iñárritu, apresentado pelo próprio: Bardo, Falsa Crônica de Algumas Verdades (Bardo, False Chronicle of a Handful of Truths, 2022). O longa foi destaque no 66o. London Film Festival, no início de outubro, e agora na 46a. Mostra Internacional de Cinema de São Paulo} . 

Com uma forte pegada de realismo fantástico, Bardo tem um quê de autobiográfico: a trajetória de Iñárritu, um latino que conquistou Hollywood, ganhou quatro Oscar por O Regresso e Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância, e fama internacional – exatamente como o jornalista Silverio Gacho (Daniel Giménez Cacho, ótimo), protagonista e (anti) herói deste que é um dos trabalhos mais intimistas de Iñárritu.

Alçado a celebridade por seu trabalho na mídia mainstream internacional, Silverio resolve virar um documentarista low profile, apostando em mais jornalismo e menos espetáculo. Amado por alguns  colegas e considerado um arrogante prepotente por outros, Silverio encara a via Crucis em busca de sua identidade e do país que ele deixou. Ao se reencontrar com seu passado, questiona seu presente e seu futuro – sobre este último “tempo”, Iñárritu revela, aos quase 60: “Não sei quando farei outro filme”,  

Viva México, cabrón!

Chegamos numa idade em que não nos levamos mais tão a sério”, desconversa Iñárritu, no bate-papo com o público, justificando o fato de fazer comédia com a “sua” história e com a história do México, incluindo sua relação de amor e ódio com o Tio Sam. “Viva México, cabrón!”, grita um soldado de um exército totalmente  Brancaleone, numa reprodução bufa da Guerra Mexicano-Americana que rivaliza com a cena da pista de dança ao som de Let’s Dance, de David Bowie (Iñárritu foi DJ e ama música) como uma das mais surreais do filme.

É como se Bardo perguntasse todo o tempo: vale a pena se reconciliar com o que se encontra do México  (onde ele filma pela segunda vez, desde sua estreia com Amores Brutos, de 2000), levando em conta seu passado colonial? Ou melhor se refugiar naquele México com aqueles mexicanos que ele deixou há 20 anos? Sua existência seria pura ilusão – assim como o assombroso “parto reverso” em que Silveiro, acovardado, decide voltar para o aconchegante útero de sua mãe?  

Emocional e visceral

A beleza de Bardo está na entrega emocional do diretor (e roteirista) e do protagonista. “Daniel [Giménez Cacho] leva o filme nas costas, apesar da riqueza dessa experiência cinematográfica”, admite Iñárritu. “Ele leu o script uma única vez e ficou livre para interpretar Silverio com espontaneidade e intensidade na medida certa – não queria nada rígido, e apostamos mais no humor do que no drama”, explica o diretor. 

Bardo é confuso nas idas e vindas de Silverio, mesclando flash backs e o agora, em quase três horas de filme. “Não há estrutura e sim uma narrativa desestruturada sobre um homem desestruturado”, diz o diretor, antes de o filme ser exibido para uma sala lotada no Southbank Centre, sede do British Film Institute e hub do. Festival de Cinema de Londres. “Dá medo ver tanta gente”, brinca o diretor. 

“Estava interessado em navegar entre realidade e imaginação. Por isso, Bardo foi o filme mais desafiador que já fiz”, afirma Iñárritu. 

Com elegância e simplicidade, Iñárritu avisa: “Não há nada para ser entendido”. Embora o caos seja às vezes enfadonho para o expectador, não há problema nisso.  Não importa o que é verdade ou apenas delírio. “Memórias não têm verdade – têm convicção emocional”, acredita Iñárritu. 

Bardo: Falsa Crônica de Algumas Verdades chega aos cinemas em novembro e à Netflx, produtora do longa, em 16 de dezembro de 2022. 

(Juliana Resende/brpress)

Assista ao trailer de Bardo: Falsa Crônica deAlgumas Verdades: 

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