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Modelo com estampa Ankara da coleção Primavera 2018 de Stella McCartney. Foto: DivulgaçãoModelo com estampa Ankara da coleção Primavera 2018 de Stella McCartney. Foto: Divulgação

Stella McCartney: apropriação cultural?

brpress Office) - Estilista foi acusada de 'colonialismo fashion' por utilizar estampas associadas à cultura africana em coleção Primavera 2018. Advogada Sonia D'Elboux não vê caso jurídico em inspiração genérica.

(brpress Office) – A estilista Stella McCartney foi acusada de apropriação cultural por utilizar estampas africanas em sua mais recente coleção Primavera 2018 sem citar a fonte de inspiração. As críticas se intensificaram nas redes  pelo fato de a estilista não ter contratado mais modelos negros para desfilar, além de uma única afrodescendente. Mas será que o caso pode juridicamente ser considerado apropriação cultural? 

No Twitter, Amarachi Nwosu, fundadora do Melanin Unscripted, uma plataforma cujo objetivo é desfazer estereótipos raciais e discutir a diversidade humana, pediu a estilistas ocidentais que dêem crédito às suas inspirações em culturas africanas. O OkayAfrica chamou a coleção da estilista de “colonialismo fashion”, acusando Stella e outros de “se apropriar de criações já existentes e ainda cobrar uma fortuna por elas”.

Um internauta de algum país da África escreveu: “Esses são looks básicos que nossas avós usavam diariamente. Algum crédito para designers africanos?”. Ele e outros se referiam às estampas de tecidos conhecidas como Ankara.  Outros internautas, no entanto, defenderem Stella: “Todos se inspiram em algum lugar”, disse um deles. 

Expressões Culturais Tradicionais 

A advogada especialista em Expressões Culturais Tradicionais (ECTs) Sonia Maria D’Elboux entende que “sendo os tecidos não provenientes de uma região, tribo ou povo específicos da África, não podemos considerar um caso de apropriação, juridicamente falando”. Isso porque os tecidos Ankara são produzidos desde o século 19, na Holanda – razão pela qual são chamados de Dutch Wax Prints. 

Apesar de serem associados à cultura africana, estes tecidos foram originalmente criados na Indonésia, com a técnica de batik. Na Europa, passaram a ser produzidos em escala industrial e vendidos na África ocidental posteriormente. O site Fashionista.com, que deu ampla cobertura ao fato, ressalta que “se a coleção de McCartney se apropriou das estampas, o mesmo tem de ser dito de todas a história do tecido Ankara, que tem raízes na Ásia”. 

“Vi a coleção de Stella McCartney e ela nada tem de tribal, salvo as cores fortes, estampas grandes etc. Um dos looks tinha estampa de ventiladores; outro, de microfones antigos”, descreve D’Elboux. “O que é claro para mim é que, se foi mera inspiração nas estampas africanas, não há qualquer apropriação, o que somente existiria se ela estivesse usando desenho/estampa/modelo característico de determinada(s) comunidade(s) africana(s) – o que não é o caso.”

Ética e sustentabilidade

Stella McCartney, que se destaca no mundo da moda – a segunda indústria mais poluidora do planeta, depois da de derivados do petróleo – por defender a ética e a sustentabilidade, já teve outro problema quando fez um ensaio de outra coleção na Nigéria e foi critica por disseminar estereótipos não reais do país. 

“As estampas celebram um artesanato têxtil único, sua cultura e destaca sua herança na moda universal”, declarou a diretora de marketing de Stella McCartney, Stephane Jaspar. “Desenhamos as estampas em colaboração com a Vlisco, na Holanda, uma fábrica que faz tecidos Real Dutch Wax desde 1846 e ajuda a manter a tradição destas estampas”. 

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