Como evitar barraco
(brpress) - Carnaval sempre foi um perigo para os pombinhos que resolvem brincar juntos. Sempre a favor do amor e da paz nos lares doces lares, este cronista deixa algumas dicas úteis. Por Xico Sá.
Xico Sá*/Especial para brpress
(brpress) – Carnaval sempre foi um perigo para os pombinhos que resolvem brincar juntos. Sempre a favor do amor e da paz nos lares doces lares, este cronista deixa algumas dicas úteis – e outras nem tanto- para os foliões que se arriscam de mãos dadas na festa da carne. Sim, a missão é quase impossível.
“Só se forem brincar em um baile de casa de swing”, corneta aqui um amigo urso, cético no último. “Utopia, meu caro”, diz o outro, homem sério e ainda enfeitado com as serpentinas de um trauma antigo. “Calma, senhores”, tento amansar os cavalheiros da nossa távola.
Até que aparece a primeira dica, com o humor que a ocasião momesca nos pede: “Aprenda a abraçar seu amor de forma satisfatória com apenas um dos braços, já que a outra mão vai ter uma cerveja sempre”, aconselha o estratégico Rodolfo Barreto, o único da mesa que pode ser identificado sem problemas.
Fantasias
O mesmo camarada lembra do capítulo das fantasias. É recomendável que o casal saia às ruas ou aos bailes sempre vestido de fantasias complementares, como Adão e Eva, por exemplo. Ou Adão e a cobra, também vale.
Agora uma moça se intromete lindamente na conversa. Ótimo, assim não fica uma visão tão porco-chauvinista. “O ideal é se perder do bloco, depois se encontre de trombada e beije seu namorado como se estivesse beijando alguém que nunca viu em uma micareta na vida”, diz a danada, típica diabinha carnavalesca.
Há também que acredita que só há um tipo de fantasia possível para os enamorados: um se veste de paciência; o outro de compreensão. E segurem a onda para que as máscaras não caiam diante de possíveis tentações avulsas. Nada fácil.
Praia X muvuca
Não é à toa que muitos casais preferem o sossego de uma praia, a mais sábia das decisões. Principalmente para quem já correu muito atrás do trio elétrico e do Galo da Madrugada.
Otimista qual uma Pollyana fanática, eu acredito na celebração conjunta. Palavra de quem já viveu o inferno de brincar juntos, mas também encarou, na boa, e com muito amor, até o inferninho brega e fogoso do I Love Cafusú, o bloco pernambucano que exalta o estilo do bravo homem do povo, o cara que não cai no conto burguês do macho perdido e muito menos no metrossexualismo.
Sim, existem os espertinhos(as) que arranjam uma briga ainda na véspera. São os piores: crime premeditado. Pior mesmo é tentar bancar o casal moderno e fazer o pacto da carnificina. Aquele em que cada um brinca em um canto da cidade ou em Estados diferentes. Terrorismo amoroso na certa. Fica o suspense e um sofrimento medonho. Carece muita evolução ou safadeza propriamente dita para segurar essa bronca.
Pombinhos, paz na terra aos homens de boa vontade. E se rolar algum acidente, dêem aquele desconto necessário, afinal de contas chifre de Carnaval não dói nem enxovalha a honra de seu ninguém.
& MODINHAS DE FÊMEA
Como já é tradição, recomendo e repito, vale para quem brinca, vale para quem se retira, escute agora mesmo a mais linda música deste período. Com vocês, Antônio Maria, dele e de Luiz Bonfá, Manhã de Carnaval:
“Manhã, tão bonita manhã,/ Na vida, uma nova canção /Em cada flor, o amor,/ Em cada amor, o bem/ O bem do amor faz bem/ Ao coração…/Então vamos juntos cantar,/O azul da manhã que nasceu,/O dia já vem…/E em seu lindo olhar / Também, amanheceu…/Canta o meu coração,/A alegria voltou/Tão feliz na manhã/Desse amor…”
(*) O jornalista e escritor Xico Sá, é autor dos livros Modos de Macho & Modinhas de Fêmea (Ed. Record), Catecismo de Devoções, Intimidades & Pornografias (Ed. do Bispo), entre outros livros. Fale com ele pelo e-mail: [email protected] ou pelo Blog do Leitor.