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Sejamos pornográficos

(brpress) - Atire o primeiro mouse caliente aquele que nunca deu uma espiadinha em um site pornô. Até o mais pudico ou pudica dos navegadores, suspeita-se, já viu filmes ou fotos do gênero. Por Xico Sá.

Xico Sá/Especial para brpress

 

(brpress) – “Oh! Sejamos pornográficos (docemente pornográficos)”, ainda ecoam os versos do respeitável e seriíssimo poeta mineiro Carlos Drummond.

Agora atire o primeiro mouse caliente aquele que nunca deu uma espiadinha em um site pornô. Até o mais pudico ou pudica dos navegadores, suspeita-se, já viu filmes ou fotos do gênero durante uma insônia internética ou sem desculpa alguma mesmo –por puro e legítimo prazer.

Foi-se o tempo em que precisávamos nos humilhar nas locadoras, escondendo as fuças diante da presença de amigos e vizinhos, quando nos flagravam na condenável estante das fitas pornográficas. Lembro ainda de como disfarcei um tempão, zanzando nas prateleiras de filmes-cabeças, para levar Garganta Profunda e O Diabo na Carne de Miss Jones, hoje clássicos, sem ser notado por uma priminha que catava inocentes comédias de amor.

 

Pornosfera

 

Hoje basta um clique e adentramos na maravilhosa camada da pornosfera. E, para quem achava o hábito condenável, seja por questão moral ou psíquica, um estudo do Center for Sex and Society (Universidade do Havaí) desmistifica geral os males de tal prática.

 

Além de não afetar em nada a mente do sujeito(a), a pornografia pode até torná-lo um melhor homem, uma mulher mais saudável. É falsa, por exemplo, a premissa de que o adepto tende a um comportamento de agressivo sexual ou qualquer associação com os casos de estupro.     

O relatório lança uma ideia contrária: com a superoferta pornô na rede de computadores, países como EUA, Japão, Dinamarca, Croácia, China, Alemanha e Polônia, entre outros, registraram uma queda de cerca de 30% nos episódios de violência sexual em comparação com o período pré-internet. Segundo o mesmo estudo, a maioria dos criminosos sexuais tiveram menos acesso a filmes e fotos pornôs durante as suas trajetórias de vida do que as ditas “pessoas normais”.

É, amigo, foi-se o tempo em que precisávamos sair das bancas de revistas escondidos com os catecismos do Carlos Zéfiro debaixo da camisa. A pornosfera está aí, a serviço do desopilamento das mentes e do alívio do stress.

Além do farto material disponível, tem ainda quem prefira o modo punk na linha “faça você mesmo”. É a turma das “ereções, ejaculações e exibicionismos”, como diz um título de um livro do velho safado e genial Charles Bukowski.

Nada contra, amigo voyeur, amiga da webcam. Pode ajudar até a quebrar o tédio e manter os casamentos, não acha? Ou acredita que a prática se constitui uma traição, mesmo sem a chamada conjunção carnal? Você aí que aproveita o sono justo e profundo dele(a) para encontrar o(a) amante virtual, o que me diz dessa história?

Enquanto isso o desalmado e pobre cronista aqui, humildemente, põe um ponto final e lava suas mãos.

 

 & MODINHAS DE FÊMEA

 

Cansadas de ver apenas enredos machistas voltados para excitar os homens, mulheres como Érika Lust, sueca de 32 anos que mora em Barcelona, estão mudando o panorama da indústria pornô. É desta senhorita o filme Cinco Histórias para Ela, ganhador do Feminist Porn Awards, Oscar especializado no gênero.

O roteiro de um dos episódios da fita: quando o marido – um jogador de futebol – viaja, a protagonista faz uma festinha íntima com os seus colegas de time. Acaba em uma transa quentíssima com dois dos rapazes. Nada mal.

 

 

 

(*) O jornalista e escritor Xico Sá, é autor dos livros Modos de Macho & Modinhas de Fêmea (Ed. Record), Catecismo de Devoções, Intimidades & Pornografias (Ed. do Bispo), entre outros livros. Fale com ele pelo e-mail: [email protected] Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. ou pelo Blog do Leitor, no site www.brpress.net .

   

Xico Sá

O jornalista e escritor Xico Sá, é autor dos livros Modos de Macho & Modinhas de Fêmea (Ed. Record), Catecismo de Devoções, Intimidades & Pornografias (Ed. do Bispo), entre outros. Suas crônicas foram licenciadas pela brpress ao Diário do Nordeste, Diário de Pernambuco, O Tempo e Yahoo Brasil.

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