(brpress) – Ele goza de idolatria na Europa, dos grandes centros urbanos, caóticos como sua música, a recôncavos do Velho Continente como Belfast, a capital da Irlanda do Norte. Foi lá que esta repórter podê conhecer o poder e o prestígio do DJ Shadow, num disputado set no Ulster Hall, em julho último, dentro do projeto Trans.

Na plateia um público eclético – gregos e troianos, católicos e protestantes, jovens e nem tanto – fazia coro aos refrões e beats de Endtroducing, um dos lançamentos mais notáveis do selo Mo’Wax de James Lavelle, CD divisor de águas na arte de samplear.

O álbum pavimentou o caminho de sucesso do DJ Shadow, com base em samples diversos feitos de loops de bateria e baixo, pianos e vocais fantasmagóricos colhidos de vinis achados pelo mundo. A cada música como Organ Donor, Midnight in a Perfect World e Building Steam With A Grain Of Salt, a plateia urrava.

Hipnose

Sua mistura hipnótica de hip hop, funk, jazz, soul, rock e trechos de entrevistas e conversas, embalada por um live act em clima de alucinação futurista, não deixa dúvidas: estamos diante de um guru do que vem a ser chamado de música no século 21. E como tudo nessa era de interação tem de ser participativo, DJ Shadow lançou o Remix Project.

Trata-se de um projeto que coleta mixes, remixes e mash-ups de fãs, e que tomou um rumo diferente do previsto. Originalmente, os trabalhos selecionados seriam disponibilizados para download e votados no site, e um vencedor seria eleito no fim do ano. Mas parece que Shadow ficou tão apaixonado pela coisa toda que gravou um álbum colaborativo.

“Muitas músicas que eu já considerava coisa do passado ganharam vida nova. Obrigado pela inspiração”, agradece o DJ Shadow, que tem vendido o CD em seu site (http://www.djshadow.com).

(Juliana Resende/brpress, com informações de The Creators Project)