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Milton, 70 anos

(brpress) - Começamos a festa com um disco delicioso, e que tem ainda o mérito de ter lançado Raça, uma das canções mais emblemáticas de Bituca. Por Fabian Chacur.

(brpress) –  Milton Nascimento completou 70 anos de idade em 26/10.  Por isso, nada mais oportuno do que falar  sobre o álbum Milton (1976), terceiro trabalho gravado por ele destinado ao mercado internacional e um dos mais recentes lançamentos da excelente coleção da Abril dedicada ao Bituca de Três Pontas vendida em bancas.

    Milton foi gravado em 1976, nos EUA, respectivamente nos estúdios Shangri-La Studios (Malibu) e The Village Recorder (Los Angeles). O repertório traz releituras de sete músicas que já haviam sido lançadas anteriormente em álbuns do astro brasileiro e duas inéditas, Raça e a instrumental Francisco.

    As releituras foram vertidas para o inglês, como Cadê (Fairy Tale Song), Nada Será Como Antes (Nothing Will Be As It Was) e Tostão (One Coin). Em alguns casos, como Saídas e Bandeiras (Exits And Flags) e Cravo e Canela (Clove And Cinnamon), só o título surge nessa língua, com os versos em português sendo os interpretados pelo cantor. As traduções em inglês, no entanto, aparecem no encarte do CD.

Timaço

    O grande barato deste álbum é o fato de mesclar músicos brasileiros tarimbados na missão de tocar com o genial autor de Travessia, como Novelli (baixo), Toninho Horta (guitarra) e Robertinho Silva (bateria) com alguns brazucas radicados nos EUA (os percussionistas Airto Moreira e Laudyr de Oliveira e o trombonista Raul de Souza), o tecladista uruguaio Hugo Fattoruso e os jazzistas americanos Wayne Shorter (sax) e Herbie Hancock (teclados).

    Tocando de forma ao mesmo tempo disciplinada e solta, esses craques conseguiram a façanha de respeitar os arranjos originais das músicas já gravadas anteriormente, acrescentando a eles um tempero de improvisos tipicamente de jazz rock, proporcionando ao ouvinte um prazer auditivo de grandes proporções e muitas descobertas.

Riqueza

    Não que as releituras sejam melhores do que os registros originais feitos no Brasil por Milton. Elas, na verdade, funcionam de uma maneira complementar, como que provando a incrível riqueza das canções do Bituca e as inúmeras possibilidades musicais e harmônicas que elas oferecem aos músicos que, porventura, resolvam trabalhar com elas.

    As minhas favoritas são a sacolejante Raça, a divina Fairy Tale Song e a deslumbrante One Coin, feita para o documentário Tostão, A Fera de Ouro (1970) e descoberta por mim (em sua versão original) quando era ainda uma criança. Sinto arrepios sempre que a ouço, e essa releitura é particularmente inspirada.

    O clima de diversão e prazer entre Milton Nascimento e os músicos que estão com ele nesta empreitada é transposto para cada nota musical tocada por eles no álbum, algo que ele conseguiu repetir por diversas vezes em sua carreira, pelo menos em seus anos de ouro, do fim dos anos 60 até 1985.

    Tipo do disco delicioso, e que tem ainda o mérito de ter lançado Raça, uma de suas canções mais emblemáticas.

(Fabian Chacur/Especial para brpress)

Ouça One Coin, com Milton Nascimento:

https://www.youtube.com/watch?v=QfJJWBkLJpg
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