Como são as eleições britânicas?
Londres, brpress) - Voto distrital fortalece partidos políticos e suas ideias. Mas às vezes põe o eleitor numa sinuca de bico. Maria Eduarda Johnston conta qual.
(Londres, brpress) – No dia 07 de maio de 2015, os britânicos irão às urnas. A eleição vai definir o próximo primeiro-ministro. A campanha eleitoral dura apenas 25 dias úteis – sem horário eleitoral gratuito todo dia na TV e no rádio. Aleluia, irmão! Mas essas semanas são intensas, cheias de factóides, acusações e reviravoltas. Melhor ir por partes.
O voto no Reino Unido é distrital e não obrigatório. O país é dividido em 650 distritos eleitorais. O eleitor vota no parlamentar da sua região. Cada região tem apenas um representante no Parlamento. Fica mais fácil acompanhar o que o parlamentar anda fazendo.
Premiê ‘indireto’
O eleitor não escolhe o primeiro-ministro da Grã -Bretanha (Inglaterra, Escócia e País de Gales) e Irlanda do Norte – o chefe executivo, encabeçando o governo de Sua MaJestade, tendo as mesmas prerrogativas dos demais primeiros-ministros da Commonwealth (aliança das ex-colônias britânicas, hoje 53 países independentes). Na prática, o primeiro ministro é o líder do partido com maioria no parlamento.
Este sistema, o parlamentarismo, tem um lado bom e outro ruim. O bom é que fortalece os partidospolíticos e suas ideias. Mas às vezes põe o eleitor numa sinuca de bico. Vou dar um exemplo. Na região onde vivo, o atual membro do parlamento é de um partido que não tem a menor chance de fazer o próximo primeiro-ministro.
Tenho conversado com algumas pessoas que reconhecem que ele faz um bom trabalho, é dedicado e acessível. No entanto, esses mesmos eleitores dizem que não vão votar nele, porque acabariam favorecendo outro partido, que não querem ver no poder. Ou seja, o dilema é: voto para o meu político local e esqueço a eleição para o cargo principal, ou escolho um candidato que não me representa localmente?
Voto pelo correio
Semana passada recebi, pelo correio, a minha cédula eleitoral. Já marquei o X no quadradinho de meu candidato. Selei o envelope e o depositei numa caixa de correio. Tudo muito civilizado e fácil. Difícil vai ser saber quem vai ser o próximo primeiro-ministro.
(Maria Eduarda Johnston*/Especial para brpress)
(*) Maria Eduarda Johnston é jornalista freelance e vive na Inglaterra desde 2002. Autora do blog Da Ilha, sobre o que acontece no Reino Unido, colabora também com o site Brasileiraspelomundo.com .