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"Se você pegar alguns robôs de interação humana e passar alguns dias com eles“Se você pegar alguns robôs de interação humana e passar alguns dias com eles

Robôs em ação

(São Paulo, brpress) - FEI recebe conferência internacional e campeonato de robôs, e questiona se eles serão uma realidade em breve. Por Gabriel Bonis.

(São Paulo, brpress) – Nos anos 60, um dos maiores ícones tecnológicos da televisão eram os Jetsons que, entre diversos gadgets – muitos deles já cotidianos, como as videoconferências –, possuíam a enxerida empregada-robô Rose. Mas será que estamos perto de ter avanços concretos neste sentido?

    Para discutir a tecnologia da vida real, a Fundação Educacional Inaciana sedia, até quinta (28/10), a Joint Conference, encontro de projetos e debates da América Latina nas áreas de robótica e inteligência artificial. Para os que preferem mais ação, mais de 200 robôs mostram seus “dotes” em campeonatos envolvendo dança, futebol e situações de resgate, das 9h às 18h, até quarta (27/10). 
 
Olimpíada robótica

    As disputas integram a Jornada de Robótica Inteligente, que abriga a Competição Latino-Americana de Robótica e as finais da Olimpíada Brasileira de Robótica, com 16 categorias. “A competição é uma boa forma de atrair os alunos para a pesquisa e o desenvolvimento nas áreas de tecnologia”, diz a responsável pelas competições de robótica e professora da FEI, Esther Colombini.

    “Queremos incentivar e criar a paixão pela engenharia, porque o país precisa disso para se desenvolver, além de mostrar para a sociedade o que está sendo feito na universidade”, afirma Colombini. “Na parte de pesquisa, o Brasil é muito forte e o desenvolvimento científico do país é bem relevante, mas ainda dependemos da tecnologia de fora”.
 
Independentes   
 
    Nas disputas, os participantes criam robôs autônomos, ou seja, capazes de tomar decisões por conta própria sem a interferência humana, como marcar o adversário e impedí-lo de fazer gols. “É uma tarefa muito complicada. Manter robôs de estruturas humanas equilibrados já é um problema sério, assim como fazê-los enxergar a bola de acordo com a iluminação. Usamos técnicas de processamento de imagens, visão computacional e algoritmos de controle para conseguir que o robô execute essas atividades”, explica a professora.

    No entanto, para o robô conseguir “jogar bem”, informações em tempo real são necessárias. Logo, uma câmera online envia a situação atual do campo para as máquinas com as posições dos outros jogadores e da bola. Então, o “jogador” usa essas imagens para saber onde está no campo, como agir, localizar o adversário e a melhor maneira de reagir.
 
    “Os robôs têm duas placas eletrônicas, uma é responsável apenas pelos dois tipos de chute: por cobertura e para frente na horizontal. Há um dispositivo, um rolete de borracha,que gira contra a bola e a deixa mais próxima do robô, para facilitar o domínio, passe e dribles”, complementa o estudante do quarto ano de engenharia mecânica da FEI, Milton Peres Cortez, que participa da competição na categoria Small Size.

Normalmente para atingir os objetivos, missões são pré-definidas – no caso do futebol, fazer gols e não levar. Já nas categorias de resgate, os robôs têm de procurar vítimas, mapear o ambiente, tentar descobrir onde estão e as características do ambiente.

“O projeto quefizemos tem três anos, mas já realizamos diversas modificações. A versão anterior é completamente diferente da atual, que tem um ano e meio”, conta Cortez. “Terminamos o projeto e só percebemos se há algo errado quando testamos. Às vezes tem algum erro ou interferência, porque os componentes ficam muito próximos”, explica o estudante.
 
Trabalho ‘sujo’

    O desenvolvimento dos robôs segue a lógica de utilizá-los em situações de trabalho repetitivo, insalubre ou perigoso para humanos. Um exemplo recente desta aplicação foi no vazamento de petróleo na plataforma marítima da British Petroleum, nos EUA. Para reparar os danos em alta profundidade, braços robóticos foram a melhor opção.

    No entanto, os robôs já são utilizados para funções mais próximas da sociedade.
“Alguns robôs semelhantes aos que atuam nessa categoria [simulação e resgate] ajudaram nos resgates dos atentados ao World Trade Center. Nos EUA, a Carnegie Mellon University tem grandes projetos de robôs que são usados em resgates. No Brasil temos o SACI (Sistema de Apoio ao Combate de Incidentes), um robô que foi projetado para ajudar os bombeiros, utilizado para carregar água e apagar incêndios”, afirma a especialista.
 
Inteligência artificial
 
    Em meio ao desenvolvimento tecnológico cada vez mais acelerado, situações nas quais robôs desenvolvem sentimentos e se tornam capazes de tomar decisões complexas sozinhos – cenários apresentados em filmes, como Inteligência Artificial, de Steven Spielberg – começam a se tornar viáveis. Mas não em todos os sentidos, com perdão pelo trocadilho.
 
    “Há uma discussão filosófica dentro da área de inteligência artificial sobre o conceito. As pessoas, por exemplo, questionam se você produzisse um chip que pudesse resolver uma disfunção no cérebro e o implantasse. Você seria menos inteligente porque está usando um computador na cabeça? Mas e se você trocasse o cérebro por um processador? Não existe ainda um consenso sobre o que é inteligência artificial”, explica Colombini.
 
‘Sentimentos’

    Para a professora, teremos robôs capazes de fazer o que lhes é solicitado, mas não necessariamente com esse nível de humanização. “Creio que este não é um dos maiores objetivos. Existe um grande desenvolvimento na área e as coisas estão evoluindo de forma bem rápida, talvez não tenhamos um robô do AI [filme], que ganha emoção e consegue desenvolver isso naturalmente. Mas um robô capaz de agir conforme solicitado e que aprenda um pouco a reagir às situações. Isso estamos perto de conseguir”, adianta.

    O estudante Milton Peres Cortez acredita que já é possível perceber a interação humana com os robôs, mesmo que esta venha apenas de um dos lados. “Se você pegar alguns robôs de interação humana, como o Aibo, desenvolvido pela Sony e já disponível comercialmente, e passar alguns dias com eles, começa a acreditar que têm sentimentos”, brinca. E completa: “Você sabe que ele é programado e que segue metas, mas às vezes fica tão próximo da realidade que é possível acreditar, mesmo sabendo que não é real”.
 
Metas e aprendizado  
 
    Porém, as metas da RobCup, mais importante campeonato de robótica do mundo, vão além. A entidade espera que, em 2050, um time de robôs humanóides de tamanho adulto ganhe um jogo de futebol contra o atual campeão do mundial da FIFA. Aliás, a organização foi criada com esse objetivo. Para os que acham isso absurdo, justifica Colombini. “Mostramos vídeos de alguns robôs dando chapéu, fazendo gols de cobertura, driblando. E aí as pessoas mudam de opinião”.
 
    O próximo desafio tecnológico do Brasil é tentar trazer a edição da RoboCup Internacional para o país, em 2014, mesmo ano em que sedia o mundial de futebol da FIFA. Isso normalmente acontece nos locais com tradição em robótica e os brasileiros já foram campeões mundiais em algumas categorias, assim como têm professores participando da organização da competição.

    Caso o evento chegue ao país do futebol, trará consigo cerca de 400 a 500 times, em média com quatro integrantes de todo o mundo cada. Com isso, os brasileiros terão também um time do coração “robótico” para torcer e movimentar a economia local.  
 
Para conferir a programação do evento acesse: www.jointconference.fei.edu.br.
 
(Gabriel Bonis/Especial brpress)
 
FEI/São Bernardo – Av.Humberto de Alencar Castelo Branco 3.972; (11) 4353-2900

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