Ucrânia reafirma soft power criativo na London Fashion Week 

Marcas ucranianas celebram união e capital criativo na semana de moda de Londres, onde foi criada a UA in the UK Community.

(Londres, brpress) – Enquanto o encontro entre Lula e Zelensky era só expectativa, antes de ser finalmente marcado para esta quarta (20/09), em Nova York, Aleksandra Volkova, fundadora e diretora da agência de PR, conteúdo e marketing Volkova, comemorava, em Londres, o sucesso da minisemana de moda da Ucrânia realizada durante a London Fashion Week SS24, de 15 a 19/09. 

 Sem saia justa – causada pelas declarações controversas do presidente do Brasil sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia – nem rasgação de seda, o evento da recém-criada UA in the UK Community levantou um capital político, criativo e o moral das tropas fashionistas ucranianas e aliadas no epicentro da Europa (apesar do Brexit) e do Atlântico Norte. 

Não que o encontro entre os chefes de estado ou o soft power da indústria criativa gritando Slava Ucraini (“Glória à Ucrânia”) devam mudar o cenário devastador da guerra que expeliu ucranianos para toda parte do globo – especialmente Reino Unido. Mas ambos os eventos, guardadas as proporções, colocam o absurdo, as violações e a complexidade do conflito em pauta. 

Energia criativa

“Nossa principal missão é ajudar profissionais ucranianos a terem mais visibilidade e sustentabilidade em seus negócios, novos ou relocados em Londres por causa da guerra”, diz Aleksandra Volkova. Com essa missão, a determinação ucraniana entrou em campo com uma clara mensagem: unidos venceremos. E com um bocado de glamour porque ninguém é de ferro como as minas terrestres proibidas que impregnam o solo da Ucrânia.

Desta vez, a LFW recebeu cinco marcas de moda – Jean Gritsfeldt, Slanovskiy, Mandyradzhy, Ego Sum e GALUSHKO – e uma de cosméticos, Irene Bukur, apoiadora do evento, que “importou” a apresentadora Mariia Vynogradova, popular na Ucrânia, como hostess. 

Energia criativa

Headliner, Jean Gritsfeldt foi fundada em 2012 pelo estilista Ievgen Gritsfeldt, em Kiev. Movido pela paixão por ultrapassar os limites da moda, Gritsfeldt imaginou uma marca que desafiasse as convenções, despertasse a imaginação e redefinisse o que significa ser elegante. 

A GALUSHKO volta ao passado para repensar o futuro, apostando em formas, texturas, materiais naturais reciclados e drapeados. A principal característica são bordados à mão com materiais vintage – incluindo botões. 

Enquanto a Slanovskiy é conhecida pelos vestidos de noiva e casuais, vendidos na Europa, EUA e Oriente Médio, a Mandyradzhy nasceu recentemente, em Londres, apostando no minimalismo e elementos de desconstrução. 

A EGO SUM, como o nome em latim sugere – tirado da frase “ego sum qui sum” (“eu sou quem sou”) –  faz das palavras de Deus a Moisés (Êxodo III, 14), quando o enviou para libertar o povo de Israel no Egito, o lema da marca e seu público-alvo: mulheres fortes, autossuficientes e autoconfiantes (acrescente-se autodeterminação, em homenagem ao povo ucraniano).

(Juliana Resende, brpress)

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