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FOTO - Brasil é destino de quem vem tratar da saúde e aproveita para fazer turismo.temmais.comFOTO – Brasil é destino de quem vem tratar da saúde e aproveita para fazer turismo.temmais.com

Tratamentos motivam turismo

(brpress) - Cerca de 200 mil estrangeiros vêm ao país para tratar doenças e hospitais criam setores para atender demanda. Por Maria Cristina Miguez.

(brpress) – O lazer é um dos principais motivos da visita de estrangeiros ao Brasil. A paisagem e a beleza natural continuam liderando o ranking do Ministério do Turismo/Embratur nas respostas sobre o motivo da viagem ao Brasil. Mas desde 2004, uma nova área vem atraindo turistas de outros países: saúde.

Tratamentos são responsáveis pela vinda de mais de 200 mil turistas estrangeiros ao país e motivam também 42 milhões de viagens domésticas anuais no Brasil. De olho no mercado da saúde de alta complexidade, hospitais como o Real Português, em Pernambuco, do Coração e Sírio-Libanês, ambos em São Paulo, estão criando setores exclusivos, com serviços específicos para atender esse público.

Um dos centros que recebem os pacientes estrangeiros no Brasil está no Hospital Sírio-Libanês. A instituição implantou um programa de internacionalização e criou a área de Relações Internacionais com funcionários bilíngues, que prestam assistência integral ao paciente, desde seu país de origem até a sua volta para casa.

“Realizamos toda a coordenação de admissões, orçamentos e estimativas de procedimentos médicos-hospitalares, internações e processos de alta, sempre auxiliando na comunicação e tradução entre paciente, acompanhante e hospital”, revela Gilberto Galletta, Gerente de Relações Internacionais da instituição.

Passeios complementares

Galletta acrescenta que o serviço também ajuda na organização de viagens, agendamento de traslado de ida e volta ao aeroporto e orientação nos contatos para hospedagem em hoteis com tarifas especiais. “Caso algum acompanhante solicite, indicamos passeios turísticos e opções de lazer”, complementa Galletta.

A demanda vem aumentando a cada ano e já está mobilizando o setor. Tanto que o governo pernambucano lançou o projeto Turismo de Saúde durante o World Medical Tourism & Global Health Congress, realizado em outubro do ano passado, em Los Angeles.

O objetivo é tornar o estado, que hoje emprega 34,7 mil pessoas de forma direta no chamado Pólo Médico do Recife, um dos destinos desse público. A última edição da Pesquisa de Turismo Receptivo do Recife apontou que a saúde foi responsável por 9% das visitas ao estado.

Evento internacional

Um outro indício do potencial para o turismo médico é o fato de o país estar se preparando para sediar o primeiro Medical Travel Meeting Brazil, que acontece em agosto, em São Paulo, com apoio dos Ministério da Saúde e do Turismo.

O diferencial também está na busca de hospitais e clínicas pela acreditação internacional, certificação de qualidade obtida por instituições de saúde do país e do mundo que se preocupam com a melhoria contínua da qualidade e segurança na prestação de serviços, tanto para pacientes quanto para os profissionais da saúde.

“O selo da Joint Commission International (JCI) garante o alto padrão de qualidade do a tendimento internacionalmente, fazendo do Hospital do Coração (HCor) um dos destinos mais seguros para tratamentos médico-hospitalares”, afirma Fernanda Grema, Gerente Comercial, setor responsável pela captação desse público no HCor.

A Superintendente Comercial e de Marketing do Hospital Sírio-Libanês, Deise de Almeida, reforça a importância da certificação para o hospital: “Em 2006 fizemos um grande investimento pela acreditação internacional da JCI, a mais importante entidade mundial para acreditação de padrões assistenciais de qualidade de serviços de saúde e de grande relevância para o cliente internacional ao escolher um hospital fora de seu país de origem.”

Estratégia

Alinhada com a proposta da Secretaria de Turismo de Pernambuco, a direção do Real Hospital Português (RHP) vê a busca da acreditação internacional como uma estratégia de marketing para conquistar o público estrangeiro.

“Dar início ao processo de acreditação internacional representa uma busca constante pela excelência dos nossos serviços. O selo da JCI irá reforçar a credibilidade do hospital no mercado internacional”, confirma Luiza Santos, responsável pela implantação do setor de Relações Internacionais do Real Hospital Português.

Expansão

A força da acreditação internacional da JCI, presente em mais de 40 países e em 300 instituições de saúde no mundo, também está em franca expansão no Brasil, que atualmente conta com 21 instituições de saúde acreditadas e cerca de 60 em processo de acreditação.

“Ter padrões internacionais de qualidade virou objetivo e o diferencial para muitas instituições de saúde”, diz Maria Manuela dos Santos, ex-secretária estadual de saúde do Rio de Janeiro, atual superintendente do Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA), representante exclusiva da JCI no Brasil.

Segundo a superintendente do CBA, no último ano, o número de instituições brasileiras com acreditação internacional aumentou em 100%.

Hospitais

Qualidade dos serviços médicos, presteza no atendimento, tratamento especializado e redução de custos e, em alguns casos, aliados à oportunidade de conhecer um novo destino, são os principais atrativos apontados pelos estrangeiros para procurarem as instituições de saúde brasileiras.

Sabedores desses motivos, alguns hospitais tem investido nesse nicho de mercado. “Em 2007, iniciamos um grande projeto, que exigiu 1,6 milhões de reais, para capacitar nossos colaboradores na fluência da língua inglesa, na sinalização bilíngue e na criação de uma estrutura física diferenciada para atender à demanda internacional. Além disso, fomos o primeiro hospital do Brasil a adquirir o Robô Da Vinci, sendo o único do país habilitado a oferecer treinamentos aos médicos para procedimentos cirúrgicos que são realizados com o robô”, diz Deise de Almeida, Superintendente Comercial e de Marketing do Sírio-Libanês.

O investimento já reflete os resultados: “Antes de janeiro de 2007, a receita proveniente de clientes internacionais era de 0.5% da receita total anual. No ano passado, estes clientes contribuíram com mais de 2% de nossa receita. Se formos traçar um comparativo de 2008 para 2009, o volume de pacientes estrangeiros aumentou 30% em média”, complementa.

No Hospital do Coração esse aumento foi de 40%, segundo Fernanda Crema. A Gerente Comercial adianta que a meta para 2010 é crescer 50% no volume de atendimentos de pacientes advindos de fora do país.

Fora do eixo Rio-São Paulo, Luiza Santos, coordenadora do setor de Relações Internacionais do Real Hospital Português, aposta na força de Pernambuco e nos custos praticados no mercado para atrair o turista estrangeiro. “Pernambuco está se tornando não só destino de férias, mas também de saúde por turistas do mundo todo”, acrescentando que vê a qualidade e o custo dos procedimentos como fatores determinantes para o crescimento desse mercado.

Coração e fertilização

“Cirurgias cardíacas cujo preço médio é de US$ 150 mil nos Estados Unidos, podem ser realizadas aqui por menos de 50% deste valor e com um alto nível médico e hospitalar”, compara. O custo do tratamento da fertilização in vitro (FIV) também tem trazido casais que sonham com a maternidade ao Brasil.

“Nos últimos três anos, já atendemos cerca de 40 casais. Dois já voltaram para fazer sua segunda tentativa”, diz João Ricardo Auler, especialista em medicina reprodutiva e diretor médico da Clínica Pró Nascer, no Rio de Janeiro, uma das poucas do país a ter o certificado de acreditação da Rede Latinoamericana de Reprodução Assistida.

Segundo o médico, a FIV custa, em média, U$S 20 mil nos EUA: “Praticamos aqui um preço inferior a um terço desse valor.”

(Maria Cristina Miguez/Especial para brpress)

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