Megamontagem de Orfeu
(Rio de Janeiro, brpress) – Com direção de Aderbal Freire-Filho, nova montagem do clássico, em cartaz no Canecão, custou R$ 2,2 milhões e quer ser mais palatável.
Diferente da versão original Orfeu da Conceição, escrita por Vinicius de Moraes, em 1954, Aderbal Freire-Filho optou por uma montagem mais palatável. As poucas mudanças realizadas, como a invenção de um personagem-poeta, espécie de narrador, tiveram intenção de suavizar as passagens de cena e facilitar a compreensão da tragédia grega ambientada nos morros cariocas, que foca a história de amor entre Orfeu e Eurídice.
Nesta nova versão, ao contrário das adaptações ao cinema, Orfeu Negro (1959, de Marcel Camus) e Orfeu (1999, de Cacá Diegues), o diretor Aderbal Freire-Filho não altera o núcleo original do texto, preservando a natureza clássica da trama. Ao lado dos diretores musicais Jaques Morelenbaum e Jaime Alem, ele ainda acrescenta canções de Tom e Vinicius para peça, como Este Seu Olhar, A Felicidade e Chega de Saudade.
Atores negros
Na encenação, assim como na versão original, a nova montagem irá destacar um elenco de 16 atores negros, escolhidos rigorosamente, sendo a maioria desconhecido do grande público. Formado por Érico Brás (Quincas Berro d’Água) e Aline Nepomuceno (da série Ó Pai, Ó), duas jovens revelações da dramaturgia baiana, o casal de protagonistas (Orfeu e Eurídice) parece não sentir o peso dos personagens representados ao mostrar um grande entrosamento.
Tragédia histórica
Orfeu tem uma reconhecida importância histórica. A peça marcou o início da celebre parceria entre Vinicius de Moraes e Tom Jobim, além de também ajudar a quebrar toda hegemonia branca nos palcos brasileiros dos anos 1950 ao escalar apenas atores negros. Para completar, a montagem original contava com o cenário assinado por ninguém menos que Oscar Niemeyer, que se tornou um dos maiores arquitetos do mundo.
Ingressos: de R$ 50 até R$ 280,00.
Canecão – Av. Venceslau Brás, 215; (21) 2105-2000