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FOTO - Tiririca: a política é uma "piada".horaextraonline.com.brFOTO – Tiririca: a política é uma “piada”.horaextraonline.com.br

Tiririca: pior não fica

(brpress) - Candidato "abestado", humorista e cantor tem tudo para ser eleito deputado federal bancando o clown do horário eleitoral. É rir pra não chorar. Por Juliana Resende.

(brpress) – “O que faz um deputado federal? Na verdade, eu não sei. Mas vote em mim que eu te conto”. É o texto de Tiririca, humorista e cantor, candidato ao cargo nas eleições 2010. Sim, você “está cansado de quem trambica”? Vote em Tiririca ou, como prefere o canditado, “vote no abestado”.

Não pode ser sério. Claro que não. Tiririca é o clown destas eleições, uma verdadeira palhaçada que, como o horário eleitoral, é reflexo da política brasileira. Seu slogan reflete o pensamento de muito brasileiro na hora de depositar o voto: “Tiririca. Pior que tá não fica”.

Roubando a cena

No primeiro dia da propaganda eleitoral obrigatória na TV, Tiririca roubou a cena no Twitter. Vestindo as roupas coloridas, a peruca loira e o chapeuzinho do personagem que encarna, Francisco Everardo Oliveira Silva investe numa campanha irreverente, para ganhar.

Autor de sucessos brega como Florentina, Titirica diz que resolveu se candidatar por que acha a política “uma piada”. Piada será Tiririca em Brasília, gastanto dinheiro público sem qualquer projeto para o país. Ele aposta em fazer a gente rir – e muito – da nossa própria desgraça.

Absolvido

Vale lembrar que, caso tivesse sido condenado por racismo – do que foi acusado em processo movido pelo Ministério Público, em 1997, pela letra da música Veja os Cabelos Dela –, Tiririca poderia ter problemas com o Ficha Limpa e ser impedido de se candidatar. Mas isso apenas se não só a política mas também a justiça brasileira não fosse a “piada” na qual o cantor-palhaço-candidato se apoia. 

O juiz Carlos Flores da Cunha, da 23ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, absolveu Tiririca e dois executivos da gravadora Sony Music: o diretor-presidente da gravadora, Roberto Augusto, e o diretor de marketing, Luiz André Calainho. Cunha considerou que não houve intenção de ofender a mulher negra. Com a decisão, a música foi liberada para execução pública em shows do cantor e o disco, que até a proibição havia vendido 250 mil cópias, voltou às lojas.

(Juliana Resende/brpress)

Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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