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Umberto Eco lança novo romance com aura de clássico. DivulgaçãoUmberto Eco lança novo romance com aura de clássico. Divulgação

Eco para ‘detetives’

(brpress) - Personagens históricos em delirante trama desafiam leitor em novo romance de Umberto Eco, O Cemitério de Praga.

(brpress) – Uma narrativa vertiginosa, na qual se desenrola uma história de complôs, enganos, falsificações e assassinatos. Assim é O Cemitério de Praga (Record, 480 págs., R$49,90), novo livro de Umberto Eco.

Três décadas depois do lançamento do best seller O Nome da Rosa, que o consagrou definitivamente como romancista de grande erudição, Eco retorna com um aguardado e controverso livro, que teve 400 mil exemplares vendidos na Itália, em apenas um mês.

Considerado um dos mais importantes intelectuais vivos, imbatível nos estudos de semiótica, o medievalista italiano Umberto Eco é mestre em criar tramas espetaculares, capazes de mesclar vários níveis de linguagem, personagens e ações.

Ódio e preconceito

Um tratado sobre o mecanismo do ódio, e espécie de síntese da história do preconceito, o livro causou desconforto em setores mais conservadores da sociedade italiana, principalmente entre religiosos, por misturar personagens históricos a um anti-herói fictício, cínico e maquiavélico, capaz de tudo para conseguir se vingar de padres, jesuítas, comunistas, mas, principalmente, dos judeus.

Repleto de teorias da conspiração, falsificações, assuntos maçônicos e detalhes da unificação italiana, é no antisemitismo que repousa o coração da narrativa.

História conspiratória

O Cemitério de Praga também lembra um dos mais impressionantes episódios de falsificação da história: os protocolos dos sábios de Sião, um texto forjado pela polícia secreta do Czar Nicolau II para justificar a perseguição aos judeus.

Os escritos, que se acredita terem sido baseados em um texto francês — Diálogos no Inferno entre Maquiável e Montesquieu — descreviam um suposto plano para a dominação mundial pelos israelitas. E serviriam de inspiração a Hitler para os campos de concentração.

Falsários e propagandistas

Com ares de novo clássico, O Cemitério de Praga eleva as mentiras históricas a novos patamares e revela as artimanhas usadas por falsários e propagandistas de todas as épocas.

Encontramos o jovem médico Sigmund Freud (que prescreve terapias à base de hipnose e cocaína), o escritor Ippolito Nievo, judeus que querem dominar o mundo, uma satanista, missas negras, os documentos falsos do caso Dreyfus, jesuítas que conspiram contra maçons, Garibaldi e a formação dos Protocolos dos Sábios de Sião.

Curiosamente, a única figura de fato inventada nesse romance é o protagonista Simone Simonini, embora, como diz o autor, “basta falar de algo para que esse algo passe a existir… “.

Eco, de novo, em sua melhor forma.

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