Muro da Cisjordânia: segurança ou atentado à paz?

(brpress) - Partindo da polêmica barreira física que separa palestinos de israelenses, o jornalista francês René Backmann escreveu Um Muro na Palestina.

(brpress) – Partindo da polêmica construção do Muro da Cisjordânia, que separa palestinos de israelenses, o jornalista francês René Backmann escreveu Um Muro na Palestina (Ed, Record, 252 págs.,R$ 39,90). A ideia era tentar responder à seguinte pergunta: o muro da Cisjordânia é uma barreira contra o terrorismo ou uma barreira contra a paz?

Para tanto, entrevistou dirigentes políticos e militares envolvidos na concepção, construção e administração cotidiana da barreira, assim como políticos locais, moradores e universitários, para analisar não só seu impacto na vida de cidadãos comuns, mas também como isso moldará o futuro do Oriente Médio.

Colunista de assuntos internacionais na revista francesa Le Nouvel Observateur, o autor realizou um amplo trabalho de pesquisa histórica, documental, cartográfica e jornalística sobre a estrutura e o funcionamento complexos das duas sociedades.

“Área de exclusão”

O Muro da Cisjordânia é uma barreira física que está sendo construída por Israel, passando em torno e, algumas vezes, por dentro dos chamados Territórios Palestinos Ocupados (Cisjordânia e Jerusalém Oriental). Tem uma extensão aproximada de 760 km e é ladeado por uma “área de exclusão” – uma faixa de 60 metros de largura e sua altura pode chegar a 8 metros, em alguns trechos.

Segundo o governo de Israel, a cerca tem o propósito de evitar a infiltração de terroristas nas áreas israelenses, mas de acordo com a Autoridade Nacional Palestina, a cerca visa criar um fato consumado e incorporar partes dos Territórios Palestinos ao território de Israel. O muro é chamado de Cerca de Separação ou Cerca de Segurança, pelo governo israelense. Já os palestinos geralmente se referem à barreira como Muro de Segregação Racial, e para alguns oponentes do governo israelense é conhecido como Muro do Apartheid.