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Segundo turno acirrado

(Londres, brpress) - Em comparação com o primeiro turno da eleição passada, em 2007, a social-democracia ficou quase três pontos acima, enquanto que Sarkozy perdeu quatro pontos. Por Isaac Bigio.

Isaac Bigio*/Especial para brpress

(Londres, brpress) – Os primeiros resultados da eleição presidencial francesa, ocorrida neste domingo (22/04), mostram que o opositor socialista François Hollande venceu o primeiro turno com 28,63% dos votos, seguido pelo presidente conservador Nicolas Sarkozy, com 27,18%. O segundo turno deverá ocorrer em 06/05 (domingo), e a social-democracia é favorita para destronar os 17 anos de três mandatos conservadores consecutivos.

    Em relação às três eleições presidenciais francesas anteriores, viu-se um crescimento dos socialistas. Em 1995, com Lionel Jospin, eles ganharam o primeiro turno com 23% dos votos, mas a direita unida com Jacques Chirac venceu no segundo turno por 52,64% a 47,36%.

    Em 2002, Jospin nem sequer foi para o segundo turno –  teve apenas 16,18% dos votos – e, assim, a disputa final se polarizou entre Chirac e a ultradireita xenofóbica de Jean-Marie Le Pen, fazendo com que o presidente de centro-direita fosse reeleito com esmagadora maioria: 82,2% contra 17,8%.

Sarkozy em queda

    Em 2007, a socialista Ségolène Royal perdeu para Sarkozy nos dois turnos (31,2% a  25,9% no primeiro turno e 53%  a 47% na reta final). Em comparação com o primeiro turno da eleição passada, em 2007, a social-democracia ficou quase três pontos acima, enquanto que Sarkozy perdeu quatro pontos.

    Mas há que considerar outras três variantes. Se em 2007 a terceira força foi o centro de François Bayrou que conseguiu 18,6% (sendo a captação destes votos a chave para a vitória final de Sarkozy), hoje ele caiu para o quinto lugar, com 9,13%.

Extrema direita

    Desta vez, o terceiro lugar foi ocupado por Marine, a filha de Le Pen, que obteve 17,9 % dos  votos.  Esta é a maior votação alcançada pela extremista Frente Nacional, em sua história. Todo terceiro lugar tende a inclinar a balança na decisão final.

    Em 2007, Sarkozy sentiu-se mais cômodo cortejando o centro do que os socialistas, mas, desta vez, se ele se inclinar muito para Le Pen pode se indipor com o centro e com a grande maioria do país, hostil à ultradireita.

Esquerda

    Por último, deu-se um rearranjo na esquerda. Nas últimas eleições presidenciais, a esquerda não social-democrata era liderada por uma das duas correntes trotskistas (a da Luta Operária ou a dos comunistas revolucionários), enquanto que outrora o poderoso Partido Comunista estava se minimizando. 

    Em 2012, a Frente de Esquerda, entre a ala socialista e os comunistas, obteve 11,11%, concluindo que as facções trotskistas divididas tiveram seu pior resultado, em décadas.

    A esquerda soma, hoje, quase 45% dos votos e Hollande necessita um extra de 6% para assegurar sua vitória – o que pode fazer apresentando um programa radical que mine a base popular de Le Pen e fazendo concessões ao centro, de Bayrou.

(*) Isaac Bigio vive em Londres e é pós-graduado em História e Política Econômica, Ensino Político e Administração Pública na América Latina pela London School of Economics. É um dos analistas políticos latino-americanos mais publicados do mundo. Fale com ele pelo e-mail [email protected] , pelo Twitter @brpress e/ou no Facebook. Tradução: Angélica Campos/brpress.

Isaac Bigio

Isaac Bigio vive em Londres e é pós-graduado em História e Política Econômica, Ensino Político e Administração Pública na América Latina pela London School of Economics . Tradução de Angélica Campos/brpress.

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