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Paddick, ex-policial liberal

(Londres, brpress) - Candidato à prefeitura de Londres, ele questiona a polícia e critica assassinato de Jean Charles. Por Issac Bigio.

Issac Bigio*/Especial para brpress

(Londres, brpress) – Nas eleições desta quinta-feira (03/05), para a prefeitura de Londres, voltam a competir os três grandes partidos ingleses, com os mesmos candidatos: os conservadores com o atual prefeito Boris Johnson, os trabalhistas com o primeiro prefeito da história de Londres, Ken Livingstone, e os liberal-democratas com o ex-policial Brian Paddick.

    Paddick é o sujeito que mais alto chegou na hierarquia da força pública. Chegou a ser o comandante de Lambeth, o distrito com mais habitantes e ibero-americanos do centro de Londres, onde aconteceu, em 22 de julho de 2005, o assassinato do jovem brasileiro Jean Charles de Menezes, que foi confundido com um terrorista da Al Qaeda e exterminado sem que lhe perguntassem quem era.

    Quando Jean Charles foi assassinado, Paddick questionou seus superiores e se retirou da polícia. Ao apresentá-lo como seu candidato municipal, os liberais buscam mostrar que seu partido (tradicionalmente associado a causas como a liberação e o uso de drogas) pode ser um campeão da ordem pública.

    Brian Paddick é um policial que abertamente questiona a polícia. Ele se dá o luxo de questionar os dois prefeitos de Londres (atual e ex) em sua história de fazer apologia daquela instituição que eles comandam: a Polícia Metropolitana de Londres, ou simplesmente Met.

Efeito Jean Charles

    Ken Livingstone é acusado de haver sustentado, até o último instante, seu comandante-chefe Sir Ian Blair sem questionar o papel da polícia ao sacrificar um inocente sul-americano, e Boris Johnson por haver feito vista grossa ante a forma como operou a força pública reprimindo estudantes e provocando os distúrbios de Tottenham.

    Paddick  acusa abertamente a polícia de ter comportamentos racistas e mostra sua indignação ante o fato de que esta perca tempo prendendo pessoas sem documentos, quando a solução para os ilegais consiste, segundo ele, em regularizá-los, e não provocar desnecessárias batidas que minam a coesão social.

Ibero-americanos

    Há quatro anos, estive com ele quando foi o primeiro dos três grandes candidatos a visitar Pueblito Paisa, o maior mercado latino de Londres, que foi salvo da demolição ao ser convertido em um dos pontos da agenda eleitoral e quando, em 2008, ele e Boris Johnson foram os únicos entre os candidatos mais importantes a comparecer a um fórum eleitoral de ibero-americanos.

    No domingo (29/04), entrevistei Paddick num encontro com centenas de  latinos. Quando nos retiramos do evento, estávamos no carro de Glória Gomez, a primeira candidata colombiana que o liberalismo inglês já teve, que narrava os méritos do ex-prefeito de Bogotá, Antana Mockus.

    Paddick destacou o fato de ele ser também policial e de que, assim como Mockus (que ficou em segundo lugar nas eleições presidenciais colombianas), também é filósofo e mostrou o traseiro, ao natural, diante das câmeras, na TV.

Leia mais sobre as eleições municipais de Londres aqui.

(*) Isaac Bigio vive em Londres e é pós-graduado em História e Política Econômica, Ensino Político e Administração Pública na América Latina pela London School of Economics. É um dos analistas políticos latino-americanos mais publicados do mundo. Fale com ele pelo e-mail [email protected] , pelo Twitter @brpress e/ou no Facebook. Tradução: Angélica Campos/brpress.

Isaac Bigio

Isaac Bigio vive em Londres e é pós-graduado em História e Política Econômica, Ensino Político e Administração Pública na América Latina pela London School of Economics . Tradução de Angélica Campos/brpress.

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