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Elizabeth II  é rainha de 16 países – incluindo o maior depois da Rússia (Canadá) e o único que abarca todo um continente (Austrália). DivulgaçãoElizabeth II é rainha de 16 países – incluindo o maior depois da Rússia (Canadá) e o único que abarca todo um continente (Austrália). Divulgação

Resistência monárquica

(Londres, brpress) - Uma das celebrações mais importantes hoje, no mundo, é o aniversário de 60 anos desde que Elizabeth II ascendeu ao trono britânico – o chamado Jubileu de Diamante. Por Isaac Bigio.

Isaac Bigio*/ Especial para brpress

(Londres, brpress) – Uma das celebrações mais importantes hoje, no mundo, é o aniversário de 60 anos desde que Elizabeth II ascendeu ao trono britânico – o chamado Jubileu de Diamante. Tais comemorações integram uma série de eventos espetaculares no Reino Unido, incluindo as Olimpíadas, e algumas “saias-justas” como o fato de a Rainha Sofia, da Espanha, ter esnobado o convite para um almoço-festa em Buckingham  devido à disputa pela soberania do Estreito de Gibraltar.  A presença entre os començais dos reis do Bahrein Hamad al-Khalifa, acusado de abuso de direitos humanos, e da Suazilândia, Mswati III, que vive em luxo enquanto a sua população morre de fome, também foi muito criticada.

    Uma parte das festividades consistiu na reunião de todos os monarcas que estão no poder na Europa (Suécia, Noruega, Dinamarca, Holanda, Bélgica, Espanha, Luxemburgo, Mônaco e Liechtenstein), no mundo islâmico (Marrocos, Jordânia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Omã, Bahrein, Qatar, Kuait e Brunei) e em outras partes do planeta (desde Tonga, na Oceania, até Suazilândia na África Austral, passando pelo Japão). Isto sem falar de alguns monarcas (como os da Iugoslávia e Grécia) que estão destronados.

Oposição fraca

    Mas o que chama atenção, em geral, não é a opulência das festividades do Jubileu muito menos as credenciais dos convivas: é a limitada repulsa que estas monarquias sofrem num mundo que se vangloria de ter, pela primeira vez, a maioria da humanidade e dos países vivendo com governos eleitos, e onde as intervenções para depôr ditadores são algo usual.

    Em relação à coroa britânica não há muitos movimentos republicanos que lhe façam oposição em casa, ainda que sejam fortes na Irlanda (a ilha que mais sofreu com a opressão britânica) e cresçam na Austrália (onde, em 1975, Elizabeth II depôs um primeiro-ministro democraticamente eleito).

Monarquia e democracia

    O Reino Unido, que se proclama ser a potência com a mais antiga democracia ininterrupta, nunca teve um presidente, um governo eleito diretamente pela população, e nem mesmo uma Câmara Alta votada pelo povo.

    Neste país se jura a fidelidade à rainha, que aparece em todos os signos monetários e é a chefe suprema da Igreja da Inglaterra, mas poucos a acusam de promover o culto à personalidade e a teocracia. 

    Elizabeth II  é  rainha de 16 países – incluindo o maior depois da Rússia (Canadá) e o único que abarca todo um continente (Austrália), sendo a área somada de todos eles o equivalente a 1/6 do território global.

Monarquia e ditadura

    Entre os monarcas convidados para as comemorações figuram vários que encabeçam os regimes mais retrógrados. Os sauditas vetam o cristianismo, os partidos políticos e os direitos das mulheres de andar sozinhas e sem véu. O rei da Suazilândia pode ter quantas esposas desejar e viver na  opulência, enquanto seu país é o que tem o maior número de soropositivos sem acesso a tratamento.

    Atualmente, nem os EUA gostam de recordar a pior guerra que enfrentaram e que foi contra a pró-hitleriana realeza nipônica, país que é hoje seu principal sócio depois da China. E entre os que aplaudiram a intervenção na Líbia, ninguém menciona que os principais doadores de armas e dinheiro aos opositores de Kadafi  foram as mesmas petromonarquias autoritárias do Golfo que invadiram o Bahrein, sufocando seu movimento popular pró-democracia.

(*) Isaac Bigio vive em Londres e é pós-graduado em História e Política Econômica, Ensino Político e Administração Pública na América Latina pela London School of Economics. É um dos analistas políticos latino-americanos mais publicados do mundo. Fale com ele pelo e-mail [email protected] , pelo Twitter @brpress e/ou no Facebook. Tradução: Angélica Campos/brpress.

Isaac Bigio

Isaac Bigio vive em Londres e é pós-graduado em História e Política Econômica, Ensino Político e Administração Pública na América Latina pela London School of Economics . Tradução de Angélica Campos/brpress.

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