Moda brasileira sustentável na London Fashion Week
Evento Brazil: Creating Fashion for Tomorrow marca presença brasileira na London Fashion Week SS24, com a sustentabilidade em pauta..
(Londres, brpress) – O evento Brazil: Creating Fashion for Tomorrow (“Brasil: Criando Moda para o Amanhã’) marca a presença brasileira na London Fashion Week SS24. O programa inclui uma exposição sobre sustentabilidade na moda brasileira, de 15 a 19 /09, das 10h30 às 17h30, e dois painéis de discussão, realizados em 18/09 – tudo na embaixada do Brasil em Londres.
O objetivo é jogar luz na produção de moda made in Brazil, com foco na sustentabilidade e inovação. É uma iniciativa do setor cultural da embaixada e da empresa brasileira de beleza limpa Simple Organic.
Com uma seleção de marcas guiadas por valores socioambientais, a mostra destaca a opulência e diversidade dos materiais brasileiros, o artesanato único, os processos de design inovadores e a evolução da moda brasileira em direção a práticas responsáveis e sustentáveis.
É uma vitrine para o mercado global de moda que se concentra em Londres, durante a semana de moda primavera-verão 2024.
Desafios
Na exposição, roupas, bolsas, sapatos, joias e materiais evocam soluções para os desafios apresentados pela emergência climática. A grosso modo, o evento coloca uma questão sine-aqua-non: é possível conciliar capitalismo, responsabilidade social e consciência ambiental numa indústria movida pelo consumo, como é a moda?
“Acredito que tudo é circular quando pensamos na comunidade, em respeitar e beneficiar todos que fazem parte do ecossistema”, afirma João Maraschin, designer de moda vencedor do Drapers Sustainability 2021 Graduate Award e também um dos homenageados do Circular Fashion Summit 2021.”É preciso mais diálogo na moda brasileira”.
Mulheres e justiça climática
O primeiro painel, Colaboração, Design e Artesanato: Nossos Guarda-roupas Podem Refletir a Justiça Climática e de Gênero na Moda?, foi mediado pela jornalista Lilian Pacce e reuniu a autora e ativista Orsola de Castro, a pesquisadora e ativista Eloisa Artuso e o estilista João Maraschin para discutir o papel do artesanato, da criatividade e da colaboração na amplificação das vozes das mulheres no mundo, como parte da cadeia de suprimentos da indústria da moda.
Num mundo dominado pela fast fashion, é um imenso desafio e também uma necessidade valorizar roupas e as pessoas que as confeccionam em harmonia com a cultura e a natureza locais, fornecendo perspectivas sobre gênero e justiça climática.
“Fica o dilema: realmente precisamos de novas coleções de marcas de luxo enquanto temos o upcycling como grande tendência entre criadores?”, concluíram os debatedores, em uníssono.
Economia circular
O outro painel foi sobre Transição para uma Economia Circular, sob o aspecto têxtil: O Papel dos Consumidores e Implicações Sociais. Unindo os pesquisadores do Centro de Circularidade Têxtil, Bruna Petreca e Ricardo O’Nascimento, e Eloisa Artuso, diretora-executiva do Instituto Febre e Estratégia Internacional do Brasil Eco Fashion Week (BEFW), a discussão girou em torno de produtos e experiências com potencial de engajar os consumidores com a economia circular.
“Este aspecto é frequentemente ignorado na investigação sobre circularidade”, ressalta Eloisa.
Ela expôs uma perspectiva de justiça social, reconhecendo outras forças que impactam o comportamento do consumidor, tais como políticas, cultura e aspectos econômicos. O painel deixou muitas questões para se considerar, entre os desafios – e também as oportunidades – para uma transição sistêmica suave rumo a uma economia circular.
(Colaborou Aynur Sinsek, especial para brpress)
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