Relicário mostra mais Vik Muniz
(São Paulo, brpress) - Relicário, que abre nesta quarta (02/03), é oportunidade de conhecer mais o artista cujo trabalho levou Brasil ao Oscar com Lixo Extraordinário.
(São Paulo, brpress) – Vik Muniz, cujo trabalho no Aterro do Jardim Gramacho, o maior lixão da América Latina, rendeu a representação do Brasil no Oscar, com o indicado a Melhor Documentário Lixo Extraordinário, pode ser mais conhecido por meio da exposição Relicário, que abre nesta terça (01/03), às 20h, no Instituto Tomie Ohtake.
A mostra reúne um conjunto de 30 trabalhos, objetos, alguns não exibidos pelo artista desde o início de sua carreira, há 20 anos. Estes fizeram parte de sua primeira exposição individual, na galeria Stux, em Nova York, em 1988, e de sua primeira mostra no Brasil, dois anos depois, em uma galeria paulistana.
Outros são execuções recentes de projetos dos anos 80 e 90, que ele não conseguiu realizar na época, entre os quais há peças em Carrara e Murano produzidas na Itália, em Nova York e no Rio de Janeiro. Em Relicário, ao recuperar a produção de décadas anteriores, Vik Muniz confere uma aura quase que etnográfica às obras reunidas.
Devaneios palpáveis
Um origami feito de uma só folha de papel; um crânio com nariz de palhaço; uma ampulheta com um tijolo dentro; um sarcófago feito de Tupperware; luvas de seis dedos; uma “Enciclopédia Britânica” de um só volume; uma pluma de mármore. Estes são alguns dos trabalhos que estão na exposição.
São obras repletas de ironia que tratam da identidade destes objetos em relação à sua função, sempre impregnadas de humor levado a sério. “Interessa-me espaços onde a lógica e o senso comum falham, criando oportunidade ao público para novas experiências”, diz Vik Muniz.
Lixo ao luxo
A recriação de objetos cotidianos por meio de uma farta pesquisa material – do lixo aos materiais nobres – contribui para o amplo repertório de imitação ilusória do real construído pelo artista, conferindo-lhe especial notoriedade. O processo de sedução por meio desse grande cenário vem acalantado pelo humor, o elo final a captar o olhar do espectador.
A exposição, que passou no final de 2010 pelo Rio de Janeiro, traz ainda exemplares da série Flora Industrialis, composta de fotografias de flores artificiais captadas e catalogadas por Vik Muniz com rigor científico, identificando o país fabricante e o tipo de material usado.
São imagens de flores individuais, dificilmente reconhecidas como artificiais, sobre fundo escuro, dispostas de maneira emblemática, le,mbrando uma fotografia do século 19.
Visitação: de terça a domingo, das 11h às 20h. Até 24/04. Entrada franca.
Instituto Tomie Ohtake – Av. Faria Lima, 201 (Entrada pela Rua Coropés); (11) 2245-1900